Copel conclui programa de demissão
A elétrica paranaense Copel concluiu nesta semana um plano de demissão incentivada (PDI) com o desligamento de 311 funcionários, informou a empresa em comunicado publicado nesta quinta-feira, no qual também anunciou o lançamento de um novo PDI. Segundo a Copel, o plano encerrado na última terça-feira possui perspectiva de redução de custo anual de 68,1 milhões de reais, enquanto o montante das indenizações totalizou 36,6 milhões de reais. “Com mais esse programa, a companhia reitera seu compromisso com a redução dos custos gerenciáveis e o aprimoramento da eficiência operacional”, disse a Copel em nota. (Reuters – 03.12.2020)
LMTE anuncia oficialmente compra de transformadores para Macapá
A Linhas de Macapá Transmissora de Energia anunciou oficialmente na última quarta-feira, 2 de dezembro, a compra de dois novos transformadores para reforçar a segurança das instalações de transmissão no Amapá. Um representante da empresa acompanhou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em mais uma visita às instalações da subestação Macapá no dia de ontem, 02. A transmissora já havia informado em 13 de novembro que tinha fechado com o fabricante a aquisição dos equipamentos, que irão substituir dois transformadores em operação na subestação. Um deles tinha sido avariado no acidente que provocou o apagão no início do mês passado no Amapá, mas já está recuperado, e o outro é o que foi transferido da subestação de Laranjal do Jari para Macapá. (Agência CanalEnergia – 03.12.2020)
Aneel publica norma que regulamenta acordo do GSF
A Aneel publicou nesta quinta-feira (3/12) a resolução que regulamenta as condições para a adesão ao acordo do GSF de geradores hidrelétricos com contratos no mercado livre. A norma detalha como será feita a compensação prevista em lei aos empreendedores afetados durante a implantação das usinas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, pela geração termelétrica fora da ordem de mérito e pela importação de energia durante a crise hídrica iniciada em 2012. As condições gerais de renegociação dos débitos bilionários de usinas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia foram estabelecidas na Lei 14.052. A legislação prevê o pagamento da dívida acumulada no mercado de curto prazo, em troca da extensão por até sete anos do período de outorga de cada empreendimento. (Agência CanalEnergia – 03.12.2020)
ABRATE apoia manutenção do despacho térmico e flexibilização de restrições hidráulicas
O cenário hidrológico desfavorável com reservatórios em baixa nas principais bacias do SIN disparou um sinal de alerta que culminou esta semana na adoção do nível mais alto das bandeiras tarifárias: a vermelha patamar 2. O consumidor vai pagar em dezembro R$ 6,243 a cada 100 kWh consumido, o que na avaliação de alguns agentes do setor é um remédio amargo, mas necessário, enquanto para outros reflete também uma situação preocupante. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Geração de Energia, Flavio Neiva, alerta que embora estejamos no início da estação chuvosa de 2020-2021, a situação do armazenamento é preocupante e deixa o setor elétrico em estado de atenção. Neiva enumera uma série de consequências caso as chuvas dos próximos meses não venham em volumes suficientes para recuperar. O executivo apoia a posição do ONS de defender a manutenção do despacho térmico e a flexibilização de restrições hidráulicas existentes para empreendimentos relevantes do sistema. (Agência CanalEnergia – 03.12.2020)
Pesquisa aponta aumentos abusivos na conta de luz durante a pandemia
O aumento no consumo residencial de energia elétrica durante a pandemia, a cobrança das tarifas pela média em determinados períodos e erros das distribuidoras causaram dificuldades para famílias em todo o país pagarem as contas de luz nos últimos meses, com os problemas na comunicação das concessionárias agravando o quadro das principais conclusões de uma pesquisa do Idec em parceria com a ONG de Defesa do Consumidor. “A partir dos resultados vamos notificar os Procons, o Ministério Público Federal e a Aneel para que tomem as medidas cabíveis contra as distribuidoras por falhas na prestação do serviço e na comunicação com os clientes”, afirma o diretor de Relações Institucionais do Idec, Igor Britto. (Agência CanalEnergia – 03.12.2020)
Eletrobras: Guedes quer R$ 62 bi com privatização
Mesmo com resistências do Congresso Nacional ao projeto de lei que autoriza o governo a ceder o controle da Eletrobras, por meio de uma capitalização feita exclusivamente pelos acionistas privados, a equipe econômica já faz planos mais ousados para o futuro da empresa e com impactos na gestão da dívida pública. A estratégia desenhada por auxiliares do ministro Paulo Guedes é promover, em 2022, a venda no mercado das ações da Eletrobras que ainda vão ficar nas mãos da União e do BNDES - bem como da BNDESPar. Essa segunda operação, que viria na sequência da chamada pública de capital (follow on), é tida no governo como uma espécie de “fase 2” da privatização e renderia quase R$ 62 bilhões. O governo ficaria apenas com uma “golden share” para manter o poder de veto em decisões estratégicas. (Valor Econômico – 04.12.2020)
Aneel e CCEE realizam 04/12 Leilão de Energia Existente A-1
A ANEEL realiza nesta sexta-feira (4/12) às 10h o Leilão nº 6/2020-ANEEL – Leilão de Energia Existente “A-1” de 2020. O certame será operacionalizado pela CCEE e poderá ser acompanhado em www.ccee.org.br. O leilão, por meio de sistema eletrônico, se destina à compra de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes. (Aneel – 03.12.2020)
Chuva na madrugada deixa 129 mil unidades sem energia em SC
Uma chuva intensa atingiu a rede elétrica de pelo menos dez regiões de Santa Catarina na madrugada desta quinta-feira, 3 de dezembro. De acordo com a Celesc, cerca de 129 mil unidades consumidoras tiveram o fornecimento interrompido. A região do Ato Vale foi a mais atingida, chegando a 83 mil unidades sem energia. A ocorrência com maior impacto foi na Linha de Transmissão que conecta as Subestações Blumenau Garcia e Blumenau Bairro da Velha. (Agência CanalEnergia – 03.12.2020)
Níveis de reservatórios pelo Brasil
Os reservatórios do Sul apresentam 17,6% de seu volume útil junto ao SIN, após registrarem queda de 0,3% na última quarta-feira, 2 de dezembro, em relação ao dia anterior, informa o ONS. A energia armazenada afere 3.497 MW mês e a ENA foi para 52% da MLT. As UHEs Passo Fundo e G.B Munhoz funcionam com 39,61% e 2,70%. No Norte, o armazenamento das UHEs diminuiu 0,2% e o subsistema apresenta 28,5%. A ENA consta em 59% da MLT e a armazenada mostra 4.320 MW mês. A usina de Tucuruí produz energia com 24,68%. No SE/CO o recuo também foi de 0,2% e o submercado opera a 17,2%. A ENA armazenável desceu para 29% e a armazenada marca 34.932 MW mês. As UHEs Furnas e Serra da Mesa registram 15,20% e 23,59%. No Nordeste do país a capacidade útil dos reservatórios também verificou decréscimo de 0,2% e o subsistema trabalha a 52,2%. A energia armazenada indica 26.932 MW mês e a ENA está em 49% da MLT, com a UHE Sobradinho trabalhando a 51,66%. (Agência CanalEnergia – 03.12.2020)
Siemens: Eletrificação pode mudar modelo de concessão de transporte público
O CEO da área de Smart Infrastructure da Siemens, Sérgio Jacobsen, aponta que o uso de energia, incluindo energia renovável, será tão central que deve levar a mudanças significativas nas empresas que atuam na oferta de bens e serviços. Um exemplo é o transporte público. A cidade de SP havia começado a discutir novos modelos de concessão de transporte para expansão das linhas de ônibus elétricos, antes da pandemia. Com a necessidade de forte investimento em infraestrutura, por um lado, e por outro, com o ganho na redução de custo de fabricação, de manutenção, de combustível, maior vida útil dos veículos, menor nível de ruído para a cidade, menor poluição e ganhos em saúde, não faz sentido pensar no modelo de concessão atual. Jacobsen afirma que o ônibus elétrico passa a ser um acumulador de energia andando pela cidade, com custos menores, o que aguça interesse de empresas de energia, fabricantes de carrocerias e mesmo de fundos de investimentos para operar o transporte público. (Valor Econômico – 30.11.2020)
Moreira Franco: tirar Huawei do edital de 5G ‘atrasa’ e ‘encarece’ o processo
O ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco comemorou nesta quinta-feira, 3, a manutenção da empresa chinesa de tecnologia Huawei na proposta da Anatel com regras para o edital do leilão do 5G no Brasil. Ele afirmou que “tirar a chinesa da disputa atrasa e encarece” a implementação da estrutura do 5G no País. Na avaliação do político, qualquer decisão diferente “será política e ideologia”. Em meio à guerra comercial de EUA e China, o governo brasileiro vem sendo pressionado pelas duas potências. (O Estado de São Paulo - 03.12.2020)
Eólica responde por 88% da capacidade adicionada em novembro
A Aneel liberou 230,38 MW para operação comercial em novembro, sendo 88% a partir de usinas eólicas e 12% de solares fotovoltaicas. Neste ano, a fiscalização da agência já liberou 4.003,9 MW em 19 estados. Em novembro, a Paraíba teve a primeira usina entrando em operação comercial em 2020, com 27 MW de capacidade instalada. O Piauí foi o estado com a maior adição de potência em novembro, com 54,7% do total, ou 126 MW. Todo esse quantitativo vem de usinas de fonte eólica. A Bahia também teve um salto de capacidade instalada no mês, com 87,38 MW de acréscimo. (Brasil Energia - 03.12.2020)
Honda conclui expansão de parque eólico no RS
A Honda anunciou nesta quinta-feira a conclusão da ampliação de seu parque eólico localizado em Xangri-Lá (RS). O empreendimento alcançou 31,7 MW de capacidade instalada com a entrada em operação, neste mês, do décimo aerogerador. A Honda é a única montadora a ter um parque eólico próprio no Brasil. No acumulado desde janeiro de 2015, a energia gerada pela usina da Honda Energy ultrapassa 434 mil MWh. Isso corresponde a mais de 30 mil toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidos ao meio ambiente, minimizando o impacto ambiental da marca. (Valor Econômico – 03.12.2020)
Cabo supercondutor ganha declaração de viabilidade
A DNV GL concedeu à SuperNode uma Declaração de Viabilidade para seu conceito de sistema de cabo supercondutor submarino, que desempenhará um papel na conexão eólica offshore necessário para a descarbonização de todo o sistema de energia. Os sistemas de cabos supercondutores permitem que correntes mais altas e, portanto, mais energia flua em uma única linha, o que permite que grandes empreendimentos eólicos offshore sejam divididos em fases, agrupados e conectados em rede para fornecer mais energia limpa com mais rapidez. (Renews – 04.12.2020)
PIB tem alta recorde, mas quadro à frente é nebuloso
A economia brasileira abandonou a recessão no terceiro trimestre, com um crescimento do PIB de 7,7% em relação ao trimestre anterior, feito o ajuste sazonal. Foi o maior ritmo de expansão da série iniciada em 1996, mas a alta recorde se deu após o tombo de quase 10% do trimestre anterior, quando a atividade foi atingida em cheio pelo impacto da pandemia da covid-19. Depois desse crescimento expressivo, a expectativa é de desaceleração do PIB no quarto trimestre, um período em que o auxílio teve valor de R$ 300, metade do montante inicial. Para 2021, uma série de fatores torna o cenário nebuloso: a incerteza fiscal, o risco de recrudescimento da covid-19, a fraqueza do mercado de trabalho e a retirada dos estímulos fiscais - o benefício emergencial, por exemplo, expira neste mês. (Valor Econômico – 04.12.2020)
PIB per capita deve levar dez anos para voltar ao nível de 2013
A forte recessão deste ano deve reduzir o PIB per capita brasileiro de tal forma que uma recuperação ao nível de 2019, antes da pandemia, deve ocorrer apenas em 2023. Para voltar ao mesmo patamar de 2013, o melhor ano desse indicador, será necessário mais uma década, de acordo com cálculo do Ibre/FGV. Usado por economistas para medir a riqueza dos países, o indicador é obtido a partir da divisão do valor do PIB pela população total. Em 2020, com uma queda estimada de 4,7% no PIB, o PIB per capita deverá diminuir 5,4%, o maior recuo desde os 6,3% de 1981. “Mesmo em um cenário-base otimista, em que o PIB do país cresça 3,6% em 2021 e 3% em 2022, a volta para [a renda per capita de] 2019 está ainda distante. Para retornar ao padrão de 2013 vai demorar muito mais”, afirma Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV. (Valor Econômico – 04.12.2020)
Matéria-prima tem subida recorde e pressiona inflação
Os preços de insumos que servem de base para a cadeia produtiva brasileira registram a maior alta desde o início do Plano Real. A pressão desse aumento é tal que está espalhando a inflação, antes concentrada no produtor, por vários setores da economia, chegando ao consumidor de forma cada vez mais intensa.
De acordo com levantamento feito pelo economista Andre Braz, do Ibre FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o preço das matérias-primas brutas, como soja, milho, carnes e minério de ferro, acumula alta de 68% nos 12 meses encerrados em outubro, aumento inédito desde o fim do período de hiperinflação.
Entre os motivos dessa alta estão a desvalorização cambial e o aumento do preço desses itens em dólar, no mercado externo. Pesam ainda o desabastecimento de alguns produtos por causa do aumento das exportações e do rápido aquecimento da demanda, após a paralisação de diversas cadeias produtivas por causa da pandemia.
Nem todo esse aumento já chegou ao consumidor, apesar de ser possível identificar reajustes elevados nos preços de muitos alimentos e bens industriais, como eletrodomésticos e eletrônicos.
Os alimentos, por exemplo, acumulam alta no IPA (índice de preços no atacado da FGV) de 25%, sendo que metade desse aumento já bateu no IPC (índice de preços ao consumidor da FGV). O arroz, produto cuja alta provocou até reação por parte do governo, subiu quase 120% no atacado e 62% no varejo, o que mostra o risco de continuidade desses repasses.
“Existe uma gordura, e o consumidor ainda pode verificar aumento no preço desses produtos”, afirma Andre Braz, coordenador do núcleo de preços ao consumidor do Ibre.
Ele diz que o “espalhamento da inflação” tem se ampliado e que os repasses tendem a ganhar força na medida em que a economia volta a crescer, alguns serviços são liberados, o isolamento social é flexibilizado e a rotina de consumo das famílias volta ao normal.
“É impossível para a cadeia produtiva reter por muito tempo aumentos dessa magnitude, ainda mais quando ela não tem um horizonte tão transparente de que essas pressões vão ceder no curto prazo”, afirma.
Braz projeta que o IPCA (índice de preços ao consumidor do IBGE, que serve como meta para a inflação) deva fechar 2020 em 4,17%, acima da meta de 4%, mas abaixo do limite de tolerância. O teto fixado pelo Banco Central está em 5,5%.
A inflação vai continuar a subir até maio do próximo ano, quando deve ficar acima de 6% em 12 meses. Depois cairia, para fechar o ano entre 3,55% e 4,5%, a depender de alguns fatores: a estabilidade ou valorização do real, o fim do ciclo de alta de preços de commodities no exterior e o fim do desequilíbrio entre oferta de demanda, que colocariam a inflação no patamar inferior desse intervalo, abaixo da meta de 2021, de 3,75%, com limite de 5,25%.
“Primeiro, precisa de uma estabilidade maior da taxa de câmbio, o que a gente só vai conquistar tendo um cenário fiscal mais claro. Ainda que a gente tenha uma valorização do real nos próximos meses, se o preço dessas commodities seguir avançando lá fora, como tudo indica, esses impactos ao produto vão continuar”, afirma o economista.
Segundo o levantamento feito pelo economista do Ibre, a inflação ao produtor já se espalhou por todo o segmento de bens —não duráveis (como alimentos), semiduráveis (vestuário) e duráveis (eletrodomésticos, por exemplo).
O índice geral de preços, porém, ainda é contido pelos preços dos serviços, setor que mais sofreu com a crise atual, e tarifas e outros preços administrados, que tiveram alguns reajustes adiados para 2021.
“A inflação, que antes estava muito continua em bens não duráveis, que são os alimentos, se espalhou. Agora contamina duráveis e semiduráveis. E não deve demorar deve começar a aparecer alguma coisa em serviços, mas aí vai depender do bom andamento da pandemia”, diz Braz.
Fernando Pimentel, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), afirma que os preços foram muito afetados pela desvalorização cambial, em um setor em que mais de 70% dos custos são vinculados à moeda estrangeira. Embora o Brasil tenha colhido uma safra recorde de algodão, houve também aumento do produto no mercado internacional. As matérias-primas sintéticas também subiram.
Ao mesmo tempo, houve uma “retomada de todos ao mesmo tempo”, muito mais forte que a esperada e que criou um movimento para recompor estoques e atender os pedidos correntes, diz Pimentel.
“Estamos prevendo que, por volta do final do primeiro trimestre de 2021, já estaremos com o mecanismo todo sincronizado. Antes da pandemia não havia escassez de nada nem pressão de custos.
Está muito clara que a interrupção gerada pela necessária quarentena provocou uma desorganização.”
Em relação aos preços, ele afirma que a indústria têxtil tem hoje uma inflação acumulada mais alta que a cadeia seguinte, do vestuário, que registra queda de preços, dado que esse é um setor com muita concorrência.
“O impacto para o consumidor final é extremamente amortecido e, não acredito que, olhando o Natal deste ano e do ano passado, você tenha um impacto inflacionário muito diferente de algo da ordem de 5% ao consumidor final”, diz Pimentel. “É maior que a inflação média, sim, mas no ano em que as pressões de custos foram brutais por conta da desvalorização cambial e aumento das cotações internacionais.”
No setor de alumínio, que fornece matérias-primas para segmentos como montadoras de veículos, construção civil, empresas de embalagens e de eletrodomésticos, o câmbio e a desorganização da cadeia produtiva foram os fatores que mais pesaram, de acordo com Milton Rego, presidente-executivo da Abal (Associação Brasileira do Alumínio).
Segundo Rego, o descolamento entre preços no atacado e varejo é explicado pela recessão e também pela paralisação de várias indústrias no período da pandemia, que utilizaram estoque adquiridos a preços mais baixos. As novas aquisições, no entanto, estão sendo feitas em um cenário de preços bem mais elevados.
“Mais cedo ou mais tarde, esses valores chegam até a ponta, e não chegaram antes porque a gente estava em uma grande recessão”, diz o presidente-executivo da Abal. “Nessa situação, demora a ter transferência de preços do atacado para o varejo.”
Segundo ele, caso a produção industrial tivesse sido mantida constante, não haveria um descolamento entre esses preços. “A gente só está vendo porque tivemos esses meses em que a indústria intermediária utilizou todos os estoques”, afirma o executivo (Folha de S.Paulo, 7/12/20)
O Ibovespa fechou o dia em alta de 1,3% aos 113.750 pontos, próximo de zerar as perdas acumuladas em 2020. Na semana, o índice brasileiro ganhou 2,8% e, no ano, a queda agora é de 1,7%. O movimento é impulsionado, principalmente, pelo fluxo de capital estrangeiro: apenas em dezembro, o saldo líquido no segmento secundário da B3 é R$ 1,45 bilhão.
Uma rotação nos portfólios para ações de valor e cíclicas (com maior peso no Ibovespa), como bancos e papéis de commodities, como Vale e Petrobras, em detrimento de ações de crescimento, também é apontada como componente dos ganhos recentes.
Para o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, além da entrada de estrangeiros na bolsa, a emissão bem-sucedida do Tesouro Nacional nesta semana mostra que investidores no exterior estão atentos ao país. O governo brasileiro levantou US$ 2,5 bilhões com a reabertura de títulos de 5 anos (Global 2025), 10 anos (Global 2030) e 30 anos (Global 2050), com redução do prêmio nas três tranches.
O dólar fechou o dia em nova queda, perdendo 0,32% e negociado a R$ 5,12 na venda, também sob pressão do fluxo internacional. Na terceira semana consecutiva de perdas, a moeda norte-americana acumula recuo de 3,7%, embora em 2020 ainda tenha valorização de 27,8%. Ao longo da jornada desta sexta, o dólar oscilou entre R$ 5,18 e R$ 5,11. A máxima foi alcançada pela manhã, depois do vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmar que considerava muito difícil a aprovação da reforma tributária neste ano.
Em revisão de cenário para 2021, o Bradesco não apenas prevê manutenção do teto de gastos, como enxerga crescimento econômico mais forte (de 3,9%, ante 3,5% da estimativa anterior), o que pode ajudar a melhorar a dinâmica de fluxos de capital ao Brasil. Neste contexto, o banco projeta dólar de R$ 5,00 ao fim de 2021 e Selic em 4%, o dobro do patamar atual.
Em Wall Street, os índices fecharam mais uma sessão com ganhos, com os papéis cíclicos (como os segmentos de energia, materiais e industriais) em destaque no dia. O Dow Jones encerrou em alta de 0,83%, enquanto o S&P 500 ganhou 0,88% e o Nasdaq avançou 0,70%. Na semana, os benchmarks valorizaram 1,03%, 1,66% e 2,12%, respectivamente.
Os investidores seguem acompanhando de perto as negociações em Washington para um novo pacote de estímulo econômico. A queda acentuada na criação de postos de trabalho em novembro nos EUA, para 245 mil vagas, ajudou a pressionar os parlamentares por uma ação rápida antes das festas de fim de ano. O resultado é o pior dos últimos seis meses e apresenta um considerável recuo em relação ao desempenho de outubro, quando o país criou 638 mil postos.
Na semana que vem, os mercados vão monitorar no Brasil o IPCA de novembro que será divulgado na terça-feira (8) e a reunião do Comitê de Política Monetária que acontece na quarta-feira (9) e irá definir pela manutenção ou por mudanças na taxa de juros (Reuters, 4/12/20)