Petróleo sobe mais de 1% com esperanças de demanda elevam sentimento
Florence Tan Alex Lawler Stephanie Kelly
O petróleo subiu mais de 1% na segunda-feira, com os dados econômicos chineses e as taxas de vacinação dos EUA apontando para uma forte recuperação na demanda nas duas maiores economias do mundo.Os investidores continuam cautelosos, no entanto, com relação às taxas de infecção recordes na Índia, o terceiro maior importador de combustível do mundo, junto com a oferta mais alta de petróleo OPEP +.O petróleo Brent subiu 80 centavos, ou 1,2%, para fechar a US $ 67,56 o barril. O US West Texas Intermediate subiu 91 centavos, ou 1,4%, para fechar a US $ 64,49 o barril.
Espera-se que os Estados Unidos e a China, os dois maiores consumidores de petróleo do mundo, impulsionem uma recuperação da demanda da pandemia do coronavírus.
"Mesmo com os casos de COVID-19 atingindo níveis recordes esta semana, os preços do petróleo subiram com o aumento do número de vacinação nos mercados desenvolvidos", disse um relatório do BofA Global Research. "Dados recentes apontam para a alta eficácia das vacinas na prevenção de infecções e fatalidades."
Cerca de um terço dos residentes nos EUA foram totalmente vacinados, mostrou o rastreador de coronavírus da Reuters .
Enquanto isso, as importações chinesas de petróleo tiveram em média um recorde sazonal em fevereiro e março devido ao aumento das vendas de carros, uma recuperação nas viagens locais e um forte cenário industrial, disse o BofA Global Research. consulte Mais informação
Ainda assim, partes do mundo como a Índia estão observando um aumento nos casos de coronavírus. Na segunda-feira, a Índia relatou mais de 300.000 novos casos de coronavírus por um 12º dia consecutivo. A nova onda do vírus já provocou queda nas vendas de combustíveis em abril. consulte Mais informação
"O nervosismo na Índia está atualmente impedindo que os preços do petróleo aumentem ainda mais", disse Louise Dickson, analista da Rystad Energy.
O Brent subiu quase 30% este ano, recuperando-se das baixas históricas do ano passado graças aos cortes recordes de oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, juntos conhecidos como OPEP +.No entanto, a OPEP + decidiu na semana passada seguir um plano para aumentar ligeiramente a oferta a partir de 1º de maio e a produção da OPEP aumentou em abril, liderada por um impulso do Irã, revelou uma pesquisa da Reuters.Teerã e as potências mundiais estão mantendo negociações para reviver o acordo nuclear de 2015, que pode aumentar o fornecimento global de petróleo caso um acordo seja alcançado. O principal negociador nuclear do Irã disse no sábado que Teerã espera que as sanções dos EUA ao petróleo, aos bancos e à maioria dos indivíduos e instituições sejam suspensas. consulte Mais informação
EUA aprova projeto solar massivo no deserto da Califórnia
Reuters
O governo Biden disse na segunda-feira que aprovou um grande projeto de energia solar no deserto da Califórnia, que será capaz de abastecer cerca de 90.000 residências.
O Projeto Solar Carmesim de US $ 550 milhões será localizado em 2.000 acres de terras federais a oeste de Blythe, Califórnia, disse o Departamento do Interior em um comunicado. Ele está sendo desenvolvido pela unidade Recurrent Energy da Canadian Solar (CSIQ.O) e fornecerá energia para a concessionária Southern California Edison.
O anúncio foi feito no momento em que o presidente Joe Biden prometeu expandir o desenvolvimento de projetos de energia renovável em terras públicas como parte de uma agenda mais ampla para combater as mudanças climáticas, criar empregos e reverter a ênfase do ex-presidente Donald Trump em maximizar a extração de combustíveis fósseis.
"Projetos como este podem ajudar a tornar os Estados Unidos um líder global na economia de energia limpa por meio da aceleração do desenvolvimento responsável de energia renovável em terras públicas", disse a secretária do Interior, Deb Haaland, em comunicado.
O Crimson Solar criará 650 empregos na construção, mas apenas 10 permanentes e 40 temporários em operações e manutenção durante os 30 anos de vida do projeto, disse o comunicado.
O projeto incluirá um sistema de armazenamento de bateria e será localizado em um terreno designado para o desenvolvimento de energia renovável pelo Desert Renewable Energy Conservation Plan, um acordo firmado entre o estado da Califórnia e o governo Obama que reserva áreas para projetos eólicos e solares.
O Ibovespa encerrou o primeiro pregão do mês de maio em alta, ganhando 0,27% aos 119.209 pontos após trabalhar boa parte do dia próximo da estabilidade, oscilando entre ganhos com as ações dos bancos (beneficiados pela expectativa de alta na taxa de juros) e quedas nos papéis da Petrobras e Vale na sessão.
Além da decisão sobre os juros na quarta-feira (5) pelo Copom (Comitê de Política Monetária), os investidores se posicionam também frente à bateria de balanços corporativos da semana, que tem entre os destaques Itaú Unibanco, Bradesco, Braskem, Taesa, Ambev e Azul.
O bom humor no mercado doméstico foi amparado ainda pela expectativa de avanços na agenda de reformas e privatizações. A disputa pela maior parte dos ativos da companhia fluminense de saneamento Cedae, colocados em leilão na sexta-feira e arrematados por mais de R$ 22,7 bilhões, colaborou para o otimismo na frente fiscal.
“No Brasil, a despeito de todos os desafios, ainda há uma agenda positiva em andamento”, disse em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o resultado do leilão é um sinal de confiança no país.
Ainda em Brasília, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) informou que a relatório da reforma tributária será lido amanhã em reunião da comissão mista do Congresso que discute o tema. O Congresso assumiu o compromisso e votar as reformas administrativa e tributária neste ano, assim como outras medidas que ajudem a economia a se recuperar dos impactos da pandemia de Covid-19.
O dólar começou o mês de maio em queda ante o real, recuando 0,22% e negociado a R$ 5,41 na venda, com o ambiente externo benigno estimulando investidores a devolver uma fração da forte alta registrada na última sexta-feira.
Na análise de Rafael Fernandes, sócio da RIVA Investimentos, o dólar deve seguir em tendência de correção contra o real. “Vejo espaço para o dólar cair mais”, afirma o especialista, destacando entre os motivos um ambiente melhor para discussão de reformas em meio à aceleração da vacinação.
Fernandes disse que, por ora, tem evitado recomendação de ativos dolarizados justamente pela perspectiva de mais alívio na taxa de câmbio, com chances de a moeda se estabilizar em torno de R$ 5,20 e R$ 5,30.
Nos indicadores, o Ministério da Economia afirmou na tarde de hoje que balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 10,349 bilhões em abril, maior saldo para todos os meses da série do governo, impulsionada principalmente por uma concentração de exportações de soja, que atingiu volume recorde, e pela alta dos preços de commodities como minério de ferro e petróleo.
No mês, as exportações totais do país somaram US$ 26,481 bilhões, um salto de 50,5% sobre abril do ano passado na comparação pela média diária, e superando o recorde anterior, de agosto de 2011 (US$ 26,076 bilhões).
Em Nova York, os índices de ações terminaram o dia em campo misto, com os papéis de tecnologia em queda e ações ligadas à reabertura da economia liderando os ganhos na sessão. O S&P 500 avançou 0,27% aos 4.192 pontos, enquanto o Nasdaq terminou o dia em queda de 0,48% aos 13.895 pontos
Os investidores norte-americanos seguem acompanhando as negociações entre a Casa Branca e o Congresso para aprovação do pacote de US$ 4 trilhões de apoio às famílias e de infraestrutura do presidente Joe Biden.
As medidas, no entanto, são acompanhadas de maiores alíquotas em impostos para empresas e para os mais ricos nos Estados Unidos, e devem enfrentar resistência entre parlamentares republicanos, democratas e independentes. A Casa Branca estuda fatiar o plano para facilitar a aprovação das propostas (Reuters, 3/5/21)
Itaú Unibanco tem lucro de R$ 5,41 bilhões no 1º trimestre
Paulo Whitaker Reuters
Legenda: Em termos recorrentes, o lucro do período foi de R$ 6,398 bilhões
O maior banco privado do Brasil, o Itaú Unibanco, divulgou hoje (3) um resultado acima do esperado pelo mercado, com redução de provisões para perdas com empréstimos e os ganhos de tesouraria.
O lucro líquido recorrente foi de R$ 6,398 bilhões, mais de 11% acima da estimativa de R$ 5,753 bilhões compilada pela Refinitiv e 63,6% acima dos resultados do ano anterior.
As provisões caíram 59,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, quando o Itaú destinou bilhões de reais para cobrir perdas potenciais decorrentes das medidas de isolamento social. A queda nas provisões indica que o banco acredita que a segunda onda de pandemia que o Brasil atravessa não levará a uma piora na qualidade dos ativos nos próximos meses.
O índice de inadimplência em 90 dias manteve-se estável em 2,3%, apesar da maior inadimplência nos empréstimos para pequenas empresas.
A margem financeira aumentou 4,7% em relação ao primeiro trimestre de 2020, para R$ 18,634 bilhões, impulsionada por ganhos de tesouraria.
O retorno sobre o patrimônio líquido subiu a 18,5% de 12,8% um ano atrás, e também acima do trimestre imediatamente anterior.
A carteira de crédito do Itaú cresceu 4,2% no trimestre, puxada por veículos, crédito imobiliário e empréstimos a grandes empresas.
O Itaú Unibanco teve lucro líquido de R$ 5,414 bilhões no primeiro trimestre, informou o maior banco privado do país nesta segunda-feira. Em termos recorrentes, o lucro do período foi de R$ 6,398 bilhões.
O retorno anualizado recorrente sobre patrimônio líquido foi de 18,5% no período e o índice de inadimplência acima de 90 dias terminou março em 2,3%.
O banco teve despesa com provisão para inadimplência de R$ 4,111 bilhões de janeiro a março, já líquido de recuperação de créditos (Reuters, 3/5/21)
Por constatar violação de atos ligados ao direito de greve e sindicalização, a 3ª Vara do Trabalho de Vitória condenou a Petrobras a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 300 mil, por ter impedido o acesso de um dirigente sindical ao seu local de trabalho.
A ação foi ajuizada pelo Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), representado pelos advogados Edwar Barbosa Felix e Luis Filipe Marques Porto Sá Pinto. Segundo a juíza Suzane Schulz Ribeiro, a empresa confessou que vedava o acesso de dirigentes sindicais fora do horário de expediente ou aos locais onde eles não prestam serviços.
A juíza Suzane Schulz Ribeiro ressaltou que a Petrobras deve exercer seu direito de propriedade, mas ao mesmo tempo preservar a liberdade sindical e o direito de associação dos trabalhadores:
"O ingresso de dirigentes sindicais em seu próprio local de trabalho, durante o horário de expediente, seja para execução de tarefas, seja para realizar solicitações pertinentes com o seu direito de férias, não representa abuso de prerrogativas sindicais, ou violação do direito de propriedade da ré. Pelo contrário, a atitude da reclamada é que representa conduta antissindical", destacou.
A magistrada entendeu que a empresa ofendeu os direitos de toda uma coletividade. Por isso, também determinou que a ré deixe de promover ações semelhantes, sob pena de multa de R$ 50 mil.
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0000761-28.2020.5.17.0003
Por Lucianne Carneiro — Do Rio
Após mais de um ano de ensino remoto - que pode chegar a dois anos a depender da evolução da pandemia -, a nova força de trabalho chegará ainda mais crua ao mercado de trabalho, com menos habilidades socioemocionais, como capacidade de se relacionar em equipe e criatividade, e também impacto em habilidades técnicas, apontam especialistas.
A influência na formação tende a ocorrer tanto no ensino técnico quanto no universitário, mas principalmente em áreas que exigem mais prática e de treinamentos específicos, como mecânica, engenharias e saúde.
“Em geral, os cursos são estruturados com a parte mais teórica no início e a mais prática no fim, com laboratório e estágio. A parte prática tende a ser mais prejudicada, embora o efeito se dê de maneira diferente entre os cursos. A tendência é que os alunos cheguem com menos experiência no mercado”, afirma o professor do Insper e da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Naércio Menezes.
Ele é um dos autores de um estudo que compara o desempenho de estudantes de graduação presencial e de ensino a distância (EAD), que mostra que mais da metade dos estudantes tem desempenho pior no EAD. O trabalho compara alunos dos dois formatos de ensino com perfis semelhantes - sexo, raça, renda e nível educacional da mãe, entre outros.
Embora diga que os dados tratam de períodos anteriores à pandemia (2015 a 2019), Menezes declara que podem servir como referência para avaliar os riscos de piora na formação profissional dos jovens. Na sua avaliação, o custo das empresas para treinar esses profissionais tende a ser maior, assim como o tempo do aprendizado. “Vai aumentar muito o chamado ‘on the job training’”, diz ele.
Para que a produtividade do trabalho não despenque, afirma a fundadora da Cia. de Talentos, Sofia Esteves, será fundamental o envolvimento das empresas na qualificação dos funcionários e dos próprios jovens de busca por conhecimento.
“Os jovens vão sair de seus cursos mais despreparados do ponto de vista técnico e de atitude. Eles estão perdendo aquela troca no corredor com os colegas, aquela conversa com o professor no fim da aula... O convívio na faculdade ajuda a preparar para o mercado corporativo. Em geral, os jovens estão mais ansiosos e inseguros”, aponta.
Professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Teresa Rego avalia que quem tende a sentir mais os prejuízos do longo período de aulas à distância é quem está para se formar e as crianças no início da vida escolar. Mas, acrescenta, os efeitos serão sentidos em todas as fases.
“A escola é o lugar que, vamos dizer, tira o sujeito da ignorância. E falando em linhas bem gerais: estaremos todos mais ignorantes. E obviamente que isso trará também impactos no mundo do trabalho, que se soma a uma crise econômica séria e às dificuldades que já existiam nas oportunidades de trabalho para os jovens”.
Os irmãos Marcelo Campos Filho, de 21 anos, e Marcos Abdalla Campos, de 19 anos, estudam administração de empresas no Insper. Enquanto o primeiro está na reta final da faculdade, o segundo terminou o primeiro ano do curso em 2020, mas suspendeu os estudos neste semestre por causa da pandemia. Ele sentiu que a absorção do aprendizado não era a mesma no ensino remoto e quis aproveitar mais o contato com outros alunos e professores. “Meu pensamento é ganhar seis meses lá na frente sem covid”, diz Marcos. Já Marcelo diz não ter sentido o impacto do ensino remoto, já que a grade curricular no último ano é de disciplinas eletivas. No caso do curso de administração, o conteúdo é mais teórico. “Por um lado, tenho até conseguido me dedicar mais ao meu estágio, que comecei em janeiro”, afirma.
Mais do que a formação de quem permanece na universidade, a preocupação do economista-sênior da Prática Global de Proteção Social e Empregos do Banco Mundial Matteo Morgandi é com a evasão dos alunos por falta de renda.
“Seguramente há algum efeito em habilidades socioemocionais, como o trabalho em equipe. Mas a evasão é um problema mais sério. Sabemos da dificuldade que a pessoa que abandona um curso superior por causa de crise tem para voltar”, afirma ele. “Com menos gente qualificada se formando, há custo para as empresas, especialmente aquelas que já tinham dificuldade de contratar antes da pandemia.”
Na sua avaliação, o momento tende a intensificar um problema que já crescia no país antes da pandemia, que é a dificuldade de encontrar o primeiro emprego.
Diretor da Page Group, empresa especializada em recrutamento e seleção, Lucas Oggiam concorda sobre os efeitos da formação profissional nas chamadas soft skills - tão fundamentais no mercado de trabalho atualmente -, mas contesta uma relação direta entre o ensino remoto e a piora da qualidade da formação.
“Nossa percepção, como avaliadores de profissionais, é que o impacto se dá muito menos nos aspectos técnicos que nos aspectos comportamentais. O desafio cultural e comportamental é muito grande. Jovens ainda são mais imaturos”, diz.
O Senai, que oferece cursos técnicos e de tecnólogos, diz que a substituição do ensino presencial pelo remoto traz perdas para a formação, mas pondera que o uso de tecnologias de ponta, como realidade aumentada e simuladores, ajudam a conter esse efeito. “Dizer que não teve perda seria ignorar a realidade, mas as tecnologias digitais ajudam a mitigar isso”, diz o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi.
A avaliação é compartilhada pelo presidente da Fundação Iochpe, Claudio Anjos, responsável pelo programa Formare, que já formou mais de 22 mil jovens em cursos técnicos. Atualmente, o programa tem parcerias com 46 empresas, em 68 unidades, e tem mil alunos. “Obviamente a experiência do curso presencial é diferente, no ensino há perda de convivência. Mas fizemos uma adaptação cuidadosa da metodologia”, diz. (Colaborou Marcos de Moura e Souza)