Notícias do setor
06/05/2021
Notícias do Setor

Vendedores de gás e energia acumulam bilhões em lucros com o congelamento do Texas

Scott Disavino Jessica Resnick-ault Devika Kumar

Fornecedores de gás natural, empresas de gasodutos e bancos que comercializam commodities emergiram como os maiores vencedores de mercado da explosão de inverno nos EUA que agitou os mercados de gás e energia, de acordo com mais de duas dúzias de entrevistas e relatórios de lucros trimestrais.

O congelamento profundo pegou os serviços públicos do Texas desprevenidos, matou mais de 100 pessoas e deixou 4,5 milhões sem energia. A demanda por aquecimento empurrou os custos de energia no atacado para 400 vezes o valor normal e impulsionou os preços do gás natural a patamares recordes, forçando concessionárias e consumidores a pagar contas exorbitantes.

Depois da tempestade, poucas empresas queriam falar sobre seus ganhos financeiros, não querendo ser vistas como lucrando com as dificuldades dos outros. Mas uma imagem mais clara está surgindo dos lucros trimestrais e conforme as empresas de serviços públicos sofrendo com grandes contas processam para recuperar seus prejuízos.

Os maiores vencedores foram as empresas com acesso a suprimentos, incluindo o comerciante líder de energia Vitol, os fornecedores de gás Kinder Morgan (KMI.N) , Enterprise Products Partners (EPD.N) e Energy Transfer (ET.N) e os bancos Goldman Sachs (GS. N) , Bank of America (BofA) (BAC.N) e Macquarie Group (MQG.AX) .

As empresas combinadas podem colher bilhões de dólares em lucros com a venda de gás e energia durante a tempestade, de acordo com entrevistas e análises de documentos públicos. É possível que algumas empresas nunca possam cobrar por essas vendas devido a um litígio em andamento, no entanto.

Os perdedores incluem produtores que não puderam entregar óleo e gás devido a cabeças de poço congeladas, sistemas de coleta e estações de processamento. A perda de produção de uma semana custou ao produtor de xisto Pioneer Natural Resources (PXD.N) US $ 80 milhões, a Chevron (CVX.N) cerca de US $ 300 milhões e a Exxon Mobil (XOM.N) US $ 800 milhões.

As concessionárias estão reclamando de preços excessivos e cancelamentos injustificados de fornecimento. A Federal Energy Regulatory Commission está analisando os mercados de gás e energia para potencial manipulação de mercado.

Goldman Sachs e Vitol não comentaram. O BofA não respondeu a um pedido de comentário.

'RETIRADA MÁXIMA'

A Energy Transfer, que pode armazenar cerca de 60% do consumo diário de gás dos EUA nas áreas mais atingidas pelo congelamento de fevereiro, pode registrar um lucro de US $ 850 milhões com a venda do combustível para concessionárias e clientes industriais durante a tempestade, de acordo com analistas da East Daley Capital. Outras pessoas familiarizadas com suas operações dizem que o número pode ser maior.

A Energy Transfer não fez comentários sobre esta história. A empresa divulga os resultados na quinta-feira.

A Rival Enterprise Products Partners disse que a tempestade gerou ganhos de cerca de US $ 250 milhões no primeiro trimestre.

Kinder Morgan, outra operadora de armazenamento de gás e gasoduto, ganhou cerca de US $ 1 bilhão durante a tempestade, a grande maioria com os preços e vendas mais altos do gás. Antecipando a alta demanda, Kinder Morgan disse que despachou trabalhadores e geradores de reserva antes da tempestade para suas instalações de armazenamento de gás e gasodutos.

No início de fevereiro, os preços do gás variavam de US $ 2,50 a US $ 3 por milhão de unidades térmicas britânicas (mmBtu) nos centros de Houston a Tulsa, Oklahoma. Os preços começaram a subir em 11 de fevereiro para centenas de dólares, com o centro de Tulsa atingindo um recorde de US $ 1.192,86 em 17 de fevereiro, de acordo com dados do governo.

“Isso é o que acontece quando você vai de um mercado muito bem abastecido para um mercado muito apertado, e neste caso um mercado catastroficamente apertado”, disse um trader de gás natural. "Foi uma dor muito localizada e realmente surpreendeu muitas pessoas."

Comerciantes de energia com três cooperativas de eletricidade do Texas disseram à Reuters que pagaram até US $ 400 por mmBtu durante um período de quatro dias que começou no fim de semana do Dia dos Namorados. Eles pediram anonimato porque não foram autorizados a falar sobre a crise. A concessionária municipal de energia CPS Energy de San Antonio disse que sua conta de gás na semana foi de cerca de US $ 700 milhões.

"Acompanho os mercados de gás natural há 20 anos. Nunca vi aumentos de preços como vimos", disse Tyson Slocum, membro do comitê consultivo de energia e meio ambiente da Commodity Futures Trading Commission e diretor da Public Citizen, organização de defesa do consumidor.

VENCENDO E PERDENDO

O Macquarie da Austrália, o segundo maior comerciante de gás natural dos Estados Unidos , disse que suas negociações em torno da tempestade aumentaram sua perspectiva geral de lucro para o ano em cerca de 10%, que os analistas estimam em cerca de A $ 400 milhões ($ 317 milhões).

Antes da tempestade, os comerciantes do Macquarie pesquisaram como as frentes frias anteriores interromperam a infraestrutura para preparar um plano, disseram fontes da empresa, que solicitaram anonimato. A empresa não fez comentários para esta matéria.

A operadora de rede elétrica do Texas, ERCOT, cancelou US $ 1 bilhão em taxas de serviço e as autoridades estaduais estão considerando securitizar contas ERCOT não pagas de empresas de eletricidade inadimplentes.

Muitas das empresas que lucraram com o comércio, como Goldman Sachs e BofA, também estão enfrentando prejuízos por sua exposição a concessionárias de serviços públicos e cooperativas de eletricidade que declararam falência, de acordo com documentos judiciais.

O BofA ganhou centenas de milhões por meio de seu braço comercial, segundo fonte com conhecimento direto do assunto, mas é devido a cerca de US $ 480 milhões da Cooperativa de Energia Elétrica Brazos, que pediu concordata.

Disputas sobre fraude de preços e contratos renegados também surgiram depois que alguns fornecedores declararam que o congelamento foi um evento de força maior que lhes permitiu suspender os contratos.

Macquarie foi processado pela Exxon buscando anular uma conta de gás de US $ 11 milhões. A CPS Energy processou a BP, Chevron, Energy Transfer e outros por enviar contas que chegaram a centenas de milhões de dólares.

Os operadores de parques eólicos do Texas também entraram com ações judiciais contra os braços comerciais do JP Morgan Chase e do Citigroup, mantendo a onda de frio foi um evento extremo que anulou os contratos de geração e entrega de energia.

 

ANEEL realiza Workshop para esclarecimentos sobre o Leilão de Transmissão nº 1/2021

Autor: AID

Publicação: 05/05/2021 | 12:6

Última modificação: 05/05/2021 | 12:12

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 A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) convida todos interessados a participarem no dia 20/5, às 14h, do workshop de esclarecimentos sobre o Leilão de Transmissão nº 1/2021-ANEEL. O evento será transmitido exclusivamente pelo canal da Agência no “Youtube”.

O Leilão objetiva contratar concessões de serviço público de transmissão de energia elétrica, compreendendo a construção, a operação e a manutenção de instalações localizadas nos estados do Acre, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins, que comporão a Rede Básica do Sistema Interligado Nacional – SIN. Serão licitados 515 km de linhas de transmissão e 2.600 MVA em capacidade de transformação de subestações, com a geração de aproximadamente 3.060 empregos.

Os participantes poderão enviar perguntas em tempo real. As questões que porventura não puderem ser respondidas durante o workshop, seja por limitação de tempo ou por estarem fora do escopo do evento, poderão ser formuladas durante a etapa de esclarecimentos sobre o Edital do Leilão.

O workshop contará com a participação de representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da ANEEL.

 

ANEEL realiza o 3º Encontro Nacional de Fiscalização da Geração – ENAFIG

Autor: AID

Publicação: 05/05/2021 | 18:17

A ANEEL deu início nesta quarta-feira (5/5) à terceira edição do Encontro Nacional de Fiscalização da Geração (ENAFIG). O evento acontece até sexta-feira (7/5) e é dedicado aos fiscais que atuam nas Agências Estaduais Conveniadas à ANEEL.

O painel temático do dia “Liderança e a Comunicação na Era Digital” reuniu mais de 100 participantes e contou com palestra do consultor Kaio Serrate e apresentação do coordenador de Energia Elétrica da ARCE, José Dickson Araújo de Oliveira.

Na abertura do evento, o diretor da ANEEL, Sandoval Feitosa, agradeceu a presença de todos e destacou a importância do diálogo e da integração com as Agências Estaduais para fortalecer o trabalho, ter maior representatividade e prestar melhores serviços para a sociedade brasileira. “Trabalhamos com afinco e determinação para que as Agências conveniadas com a ANEEL sejam cada vez mais interativas, de modo que toda experiência possa ser revisitada e internalizada pelos agentes desse importante processo que é a fiscalização baseada em evidências e na colaboração”, declarou.

Escassez de insumos para a indústria atinge nível recorde

Fatia das empresas que apontam escassez de matéria-prima sobe para 25%, maior marca em 20 anos

Por Anaïs Fernandes e Lucianne Carneiro — De São Paulo e do Rio 

06/05/2021 05h01  Atualizado 06/05/2021

 

Uma em cada quatro empresas da indústria de transformação do Brasil aponta a escassez de matérias-primas como o principal fator limitativo à expansão dos negócios em abril, novo recorde em 20 anos da sondagem do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Os dados demonstram que a situação, na verdade, está piorando ao longo de 2021, já que, em janeiro, 20% das indústrias indicaram esse problema, contra 25,3% agora.

 

Copom cumpre sinalizado e eleva Selic em 0,75 ponto, a 3,50% ao ano

Em comunicado, BC sinaliza nova alta na mesma magnitude em junho, para 4,25%

Conforme sinalizado na reunião anterior, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, a 3,50% ao ano, nesta quarta-feira (5).

No comunicado, o BC sinalizou nova alta na mesma magnitude para a próxima reunião, em junho, para 4,25%.

"Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude. O Copom ressalta que essa visão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", disse o texto.

Embora tenha reconhecido que a pressão inflacionária deva se manter no curto prazo, a autoridade monetária manteve a avaliação de que a alta de preços é temporária.

 "Com exceção do petróleo, os preços internacionais das commodities continuaram em elevação, com impacto sobre as projeções de preços de alimentos e bens industriais. Além disso, a transição para patamares mais elevados de bandeira tarifária deve manter a inflação pressionada no curto prazo. O Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue atento à sua evolução", ressaltou o comunicado.

"As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se no topo do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação", avaliou o comitê.

A decisão veio em linha com as expectativas do mercado —todos os analistas consultados pela Bloomberg projetavam a alta.

O Copom reafirmou que há fatores de risco para a inflação em ambas as direções: uma recuperação mais lenta da economia com o agravamento da pandemia pode segurar os preços e o desequilíbrio fiscal pode puxá-los para cima.

"Por um lado, o processo de recuperação econômica dos efeitos da pandemia pode ser mais lento do que o estimado, produzindo trajetória de inflação abaixo do esperado", explicou.

Para o comitê, porém, o risco fiscal é mais acentuado.

"O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária", diz o texto.

Júlio Cesar Barros, economista da MAG Investimentos, considerou a decisão do BC de sinalizar nova alta para a próxima reunião acertada.

"Creio que a decisão é coerente com o que ele vinha comunicando, sobretudo em relação a normalização parcial. O BC já havia dito que não estava escrito em pedra e que caso seja necessário vai mover os juros para fazer a inflação ser levada à meta", pontuou.

"Portanto, o BC segue o seu plano de voo. Acreditamos que ele levará a Selic à 5% este ano", disse o especialista.

Para Álvaro Villa, da mesa de operações da Messem investimentos, o BC mostrou preocupação com a inflação, o que justificou a sinalização de alta de 0,75 ponto percentual na próxima reunião, mas também com o crescimento econômico, o que inviabiliza elevação de 1 ponto.

"Para a próxima decisão devemos olhar para o patamar do câmbio, que se continuar acima de R$ 5,50 o BC poderá ser mais contundente, e para as commodities, além da atividade econômica", afirmou.

O Comunicado trouxe novamente a avaliação do Copom de que há necessidade de uma normalização parcial da taxa de juros. Ou seja, a atividade econômica ainda precisará de estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica.

"Neste momento, o cenário básico do Copom indica ser apropriada uma normalização parcial da taxa de juros, com a manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica. O comitê enfatiza, entretanto, que não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação", pontuou.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos afirmou que o BC não deverá elevar o juro além de seu patamar neutro (que não estimula, nem reduz a atividade), hoje estimado entre 6,0% e 6,5%, mantendo algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica.

"O BC mostrou-se austero com o avanço da inflação e a perspectiva de que isso continue assim, mas manteve a sinalização de normalização parcial do juro", analisou.

"O juro neutro é suscetível a descalabros fiscais e quanto maior for o descalabro, mais atrás a autoridade irá com a condução de política monetária, dado que sua meta é com inflação. Assim, por enquanto, ainda mantemos a avaliação que o BC deverá elevar a Selic em 0,75 ponto nas próximas duas reuniões, conduzindo a taxa básica de juro para 5,0% antes do término desse ano", projetou Sanchez.

"O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022", disse o comunicado do Copom.

O professor da Fipecafi, Marcelo Neves, ressaltou que os juros reais [descontando a inflação] continuam negativos. "Ela vai permanecer negativa durante alguns meses. A próxima reunião e até o fim do ano seriam aumentos de 0,5 ponto de modo que se chegasse a 5,5% até o fim do ano, então ela vai se reverter e ficaremos com a taxa positiva", disse.

Para o acadêmico, o Copom demonstrou mais cautela com a atividade econômica. "Passa a ser um ponto de atenção que não havia na decisão passada. Com a autonomia do BC, isso passa a ser mandatório nos comunicados", avaliou.

A escalada persistente dos preços, observada nos últimos meses, levou o BC a subir a taxa também em 0,75 ponto em março, para 2,75% ao ano. Foi a primeira alta em quase seis anos.

A decisão de março surpreendeu economistas, que previam elevação menos agressiva, de 0,5 ponto percentual. Na ocasião, a autoridade monetária indicou que faria nova elevação na mesma magnitude na reunião seguinte.

O comitê justificou que os indicadores de atividade econômica mostraram recuperação da economia e que as expectativas de inflação haviam sido revisadas para cima. Segundo o texto da decisão, uma alta mais acentuada da taxa de juros reduziria a probabilidade de que a meta não fosse cumprida este ano.

No comunicado desta quarta, mesmo diante do agravamento da pandemia de Covid-19 a partir de março, o BC reforçou que os dados mais recentes de atividade econômica vieram melhores que o esperado e afirmou que o ritmo da retomada deve se normalizar.

"Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes mostram uma evolução mais positiva do que o esperado, apesar da intensidade da segunda onda da pandemia estar maior do que o antecipado. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia ainda permanece acima da usual, mas aos poucos deve ir retornando à normalidade", destacou.

O controle da inflação é a principal atribuição da autoridade monetária. Para isso, o BC define a meta da taxa básica de juros.

Quando a inflação está alta, o Copom sobe os juros com o objetivo de reduzir o estímulo na atividade econômica, o que diminui o consumo e equilibra os preços. Caso contrário, o BC pode reduzir juros para estimular a economia.

 Em agosto do ano passado, a Selic alcançou o menor patamar da história, 2% ao ano, como resposta à crise gerada pela pandemia de Covid-19.

Segundo o relatório Focus desta semana, no qual o BC divulga as projeções do mercado, mesmo após a alta nos juros, os economistas continuaram elevando as expectativas de inflação para 2021, que estão em 5,04%.

A previsão está acima do centro da meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,75%, com tolerância 1,5 ponto percentual. Há um mês, a estimativa era de 4,81%.

De acordo com o levantamento, os analistas esperam que a Selic termine o ano a 5,50%.

O BC subiu em 0,1 ponto percentual a expectativa de inflação para este ano, mas reduziu no mesmo nível a projeção para o próximo.

Na análise feita com a taxa de juros da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de US$ 5,40, as projeções são de 5,1% para 2021 e 3,4% para 2022.

O cenário supõe que a Selic se eleve para 5,50% ao ano em 2021 e para 6,25% ao ano em 2022. As expectativas para a inflação de preços administrados, segundo o texto, são de 8,4% para 2021 e 5% para 2022.

Em março, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o índice de inflação oficial, ficou em 6,10% no acumulado dos 12 meses, acima do teto da meta (5,25%), pressionado principalmente por alimentos e combustíveis.

O Copom reiterou a importância das reformas econômicas que tramitam no Congresso.
"Perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia", colocou o comunicado.

João Beck, sócio da corretora BRA, disse que o comunicado reforçou a responsabilidade do Congresso como figura principal na condução da inflação, nos gastos públicos e com as reformas.

"Além disso, o Copom não retirou como esperado a expressão 'normalização parcial da taxa de juros' para algo mais duro. O mercado esperava algo como 'fazer a política monetária necessária para convergir as expectativas pra meta'. Assim, assume manter o atual ciclo de juros em patamares mais estimulativos", afirmou Beck. 

No cenário externo, o BC prevê que novos estímulos fiscais em alguns países desenvolvidos, junto com avanço da vacinação, devem promover uma recuperação mais robusta da economia global ao longo do ano.

"A presença de ociosidade [baixa atividade], assim como a comunicação dos principais bancos centrais, sugere que os estímulos monetários [juros baixos] terão longa duração. Contudo, questionamentos dos mercados a respeito de riscos inflacionários nessas economias podem tornar o ambiente desafiador para países emergentes", reforçou.

AUTONOMIA DO BC

Este é o primeiro Copom após a nomeação do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e diretores para mandatos fixos após a aprovação da lei que confere autonomia ao BC.

A nova regra manteve o controle de inflação como objetivo principal da autoridade monetária, mas incluiu entre as obrigações secundárias olhar para o crescimento econômico e para o mercado de trabalho.

Pela primeira vez, o comitê citou as novas responsabilidades da autarquia no comunicado.

"Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de estabilização de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", disse o texto (Folha de S.Paulo, 6/5/21)

Petrobras sustenta alta do Ibovespa; dólar cai a R$ 5,36

Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quarta-feira, com forte desempenho de Petrobras (PETR4)entre os principais avanços, enquanto Gerdau (GGBR4) valorizou-se 5,5% após resultado trimestral robusto e perspectivas otimistas.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,57%, a 119.564,44 pontos. O volume financeiro somou 31 bilhões de reais.

Na visão do sócio da Manchester Investimentos Eduardo Cubas Pereira, o movimento da sessão foi uma correção natural ao declínio da véspera, devolvendo o Ibovespa aos patamares do final da semana passada.

Ele também chamou a atenção para a temporada de balanços, que tem mostrado uma recuperação econômica acima de projeções de analistas. “De modo geral, a maioria das empresas está conseguindo surpreender positivamente.”

Após o fechamento desta quarta e até a abertura de quinta, estão previstos os resultados de empresas como GPA, Braskem, Taesa, TIM, Ultrapar, Ambev e Azul, entre outros.

Wall Street fechou sem um sinal único, com dados econômicos sobre criação de empregos e o setor de serviços no radar, enquanto agentes financeiros seguem atentos ao movimentos dos Treasuries aos próximos passos do Federal Reserve.

No Brasil, o Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira outro aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, para 3,50% ao ano, segundo previsão unânime em pesquisa da Reuters. O foco estará no comunicado que acompanha a decisão.

Para o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, seria mais prudente a comunicação do Copom manter flexibilidade em relação à velocidade e magnitude do ciclo de alta de juros. “Mas este é um ponto não consensual no mercado”, ponderou (Reuters, 5/5/21)

 

 

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