Aprovado no Senado como PLS 232, o PL 414 está parado na mesa da Câmara
SUELI MONTENEGRO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE BRASÍLIA
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que pretende visitar na próxima semana o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para reforçar a importância da tramitação do Projeto de Lei 414, que trata do novo modelo comercial do setor elétrico. O encontro vai acontecer no mesmo dia em que Albuquerque fará uma apresentação das ações prioritárias do MME, na Comissão de Minas e Energia.
O antigo PLS 232 já passou pelo Senado e está parado na Mesa Diretora da Câmara, onde depende de um despacho da presidência definindo se a matéria vai para uma comissão especial ou para a CME. Para o deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), é sempre saudável que projetos dessa importância passem na comissão temática.
“Na Lei do Gás foi assim”, disse Ganime, que participou com o ministro de debate sobre o projeto de modernização do setor elétrico, promovido por Abrace (consumidores industriais de energia) e Abraceel (comercializadores de energia).
Albuquerque usou o mesmo argumento ao defender a discussão da proposta na Comissão de Minas e Energia. “Nós já temos essa expectativa, e eu acho que, dessa forma, podemos trabalhar muito semelhante ao que foi na questão do gás.”
O ministro lembrou que o plano de trabalho definido desde 2019 pelo ministério permitiu ao MME adiantar medidas infralegais, para que quando a lei for finalmente aprovada no Congresso Nacional seja possível avançar com celeridade na implantação das mudanças no modelo. Na avaliação do ministro, o momento é bastante oportuno para o debate do novo marco legal do setor.
Para o presidente executivo da Abrace, Paulo Pedrosa, o passo mais importante agora é o presidente da Câmara movimentar o projeto, para que ele comece a tramitar nas comissões. Pedrosa lembrou que metade do caminho já foi percorrida com a aprovação do texto no Senado.
O projeto da modernização, na avaliação do executivo, é o melhor veículo para discussões gerais sobre o setor elétrico, até mesmo em relação à questão da geração distribuída, que está sendo tratada no PL 5829. Ganime concorda que talvez o ideal seja que o PL 414 aborde também esse tema, ou que o projeto da GD seja votado depois da proposta de modernização, para que as duas matérias não andem em sentidos opostos.
O presidente executivo da Abraceel, Reginaldo Medeiros, destacou o “senso de urgência” da matéria. Medeiros acredita que é necessário estabelecer um meta para aprovação do PL 414. “Se a gente não tiver uma meta bem objetiva, a gente não sai do lugar.”
Fazendo um paralelo com o projeto da Lei do Gás, Paulo Ganime defendeu o encaminhamento do debate da modernização do setor para um texto de consenso que, uma vez consolidado, deve ser defendido por todas as associações do setor. Com isso, se evitariam articulações contrárias aos interesses do país, completou. “Na lei do gás, no momento em que teve a consolidação esse consenso foi muito bem respeitado por todos.”
Investimentos
Alexandre Viana, sócio-diretor da Thymos Energia, disse que o futuro da energia já chegou a muitos países, mas o Brasil ainda está no meio do caminho em termos de abertura de mercado. “Poderíamos avançar mais no sentido de escolha do consumidor”, afirmou o consultor, argumentando que a tarifa de energia é elevada no Brasil dado o nível de renda, o que torna mais relevante a abertura de mercado. “O PL pode, sim, aproximar o país dos países mais desenvolvidos.”
Tadeu de Barros, representante do Centro de Liderança Pública, apresentou cálculo de um estudo durante o debate, afirmando que o PL 414 pode injetar R$ 11 bilhões até 2022 e aumentar o Produto Interno Bruto em até meio ponto percentual até 2024. “A gente está falando num momento com números de PIB que infelizmente retroagem a 2011”, disse Barros.
Diante dos prazos legais para os próximos marcos estabelecidos em lei a CEO da empresa acredita que resolução deverá ficar para a partir de julho
MAURÍCIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO (SP)
A antecipação do pagamento da dívida que a AES Brasil tem com o GSF levou a empresa a evitar um impacto de R$ 80 milhões em despesas financeiras somente no primeiro trimestre. A empresa classificou a decisão como acertada por conta da indexação desse valor ao IGP-M enquanto o caixa da empresa é valorado a CDI. Agora a companhia aguarda o término do processo que, acredita, pode ter um ponto final no terceiro trimestre deste ano.
“A nossa perspectiva, tomando como base os prazos legais estabelecidos é de que o processo termine ao final do segundo trimestre, ou talvez fique para o terceiro trimestre”, afirmou a CEO da empresa, Clarissa Sadock em entrevista à Agência CanalEnergia.
A AES foi a primeira empresa a procurar a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica para realizar o pré-pagamento da dívida do GSF que foi regulamentada pela Aneel depois da publicação da lei 14.052. A empresa realizou o pagamento de R$ 1,3 bilhão que estava represado por conta de liminar contra o GSF. Com isso, houve a redução de R$ 2 bilhões nos valores que estavam parados por conta da disputa. O pagamento ocorreu na liquidação financeira do mercado de curto prazo referente às operações de novembro.
Para a executiva da AES Brasil, essa antecipação teve um papel importante para o resultado ebitda da companhia por conta da quitação da dívida. De acordo com o balanço da companhia, essa linha das demonstrações mostrou aumento de 12%, para R$ 343 milhões quando comparado ao resultado do ano anterior.
Agora a companhia aguarda a efetivação do acordo para que haja a assinatura do aditivo contratual com a prorrogação das concessões a que tem direito.
Produtores de lítio aumentam conforme demanda por turbocompressores de revolução EV
Ernest Scheyder
A crescente demanda por lítio está aumentando os preços do metal da bateria para veículos elétricos, alimentando expansões há muito atrasadas que ainda podem não produzir os suprimentos adequados de que as montadoras precisam para atender a planos de produção agressivos.O crescente otimismo da indústria com os preços mais altos do lítio é uma mudança em relação ao ano passado, quando o financiamento para minas e usinas de processamento secou durante a pandemia. consulte Mais informação
Albemarle Corp (ALB.N) , Livent Corp (LTHM.N) e outros produtores estão lutando para fazer mais lítio, mas alguns analistas temem que o recente salto de preço não vá estimular uma expansão grande o suficiente para atender a uma onda planejada de novos modelos EV até meados da década.
Desde janeiro, a General Motors Co (GM.N) , a Ford Motor Co (FN) LG Energy Solution e a SK Innovation Co (096770.KS) , junto com outras montadoras e fabricantes de peças de bateria, disseram que vão gastar bilhões de dólares em EV plantas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, propôs gastar US $ 174 bilhões para impulsionar as vendas e infraestrutura de EV. A União Europeia tem planos semelhantes, parte de uma corrida para alcançar o líder mundial de EV, China. consulte Mais informação
Essas mudanças ajudaram um índice de preços do lítio a saltar 59 por cento desde abril de 2020, de acordo com dados da Benchmark Mineral Intelligence, um provedor de preços de commodities.
A demanda crescente "reflete o que parece ser um ponto de inflexão real e fundamental em nosso setor", disse Paul Graves, presidente-executivo da Livent Corp (LTHM.N) , que fornece a Tesla Inc (TSLA.O) . Na segunda-feira, a empresa disse que mais que dobrará sua produção anual de lítio para 115.000 toneladas.
Graves alertou, porém, que "será um desafio para a indústria de lítio produzir material qualificado suficiente no curto e médio prazo".
A Albemarle, maior produtora mundial de lítio, pretende dobrar sua capacidade de produção para 175.000 toneladas até o final do ano, quando dois projetos de construção estiverem concluídos. A chilena SQM (SQMA.SN) , a segunda maior produtora, disse que sua meta de expandir a produção de carbonato de lítio em 71 por cento, para 120.000 toneladas, deve ser concluída até dezembro. consulte Mais informação
A Orocobre Ltd da Austrália (ORE.AX) está pagando US $ 1,4 bilhão pela rival menor, Galaxy Resources Ltd (GXY.AX) , uma estratégia projetada para aumentar a escala e ajudá-la a crescer mais rápido em regiões mais próximas dos clientes. consulte Mais informação
"Os próximos anos serão críticos em termos de disponibilidade de suprimento de lítio suficiente e é por isso que você está começando a ver os preços das commodities começarem a subir", disse Chris Berry, um consultor independente da indústria de lítio.
Os ganhos de preço ajudaram a Albemarle e outros produtores importantes, incluindo a chinesa Ganfeng Lithium Co (002460.SZ) e a SQM, a registrar grandes ganhos no lucro do primeiro trimestre e impulsionar as previsões para o ano.
Até mesmo a Tianqi Lithium Corp (002466.SZ) da China , sobrecarregada com dívidas devido aos anos de preços baixos do lítio, sinalizou que a recuperação da demanda deve ajudá-la a obter lucro neste ano.
As previsões indicam que a demanda por metais brancos subiu de cerca de 320.000 toneladas anuais no ano passado para mais de 1 milhão de toneladas anuais até 2025, quando muitos fabricantes de automóveis planejam lançar novas frotas de EV, de acordo com a Benchmark.
Ainda assim, espera-se que a demanda supere a oferta em 2025 em mais de 200.000 toneladas, então os preços do lítio podem precisar aumentar para encorajar os produtores a construir mais minas. Isso poderia aumentar os preços que os consumidores pagam pelos VEs.
"As empresas em toda a cadeia de fornecimento de íon-lítio estão na melhor posição em que estiveram nos últimos 5 anos", disse Pedro Palandrani, do ETF Global X Lithium & Battery Technology (LIT.P) , que dobrou de valor em o ano passado.
Resultado reflete redução de reservas para calotes e com despesas administrativas.
O lucro ajustado do Banco do Brasil, que não considera itens extraordinários, ficou em R$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 33% em relação aos últimos três meses de 2020. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve elevação de 44,7% nos ganhos da instituição.
Os itens extraordinários são receitas e despesas que não são recorrentes, como ações judiciais, demandas contingentes, entre outros.
De acordo com o balanço da instituição, o crescimento em relação ao trimestre anterior se deu principalmente pela redução de 50,8% das provisões, pelo desempenho positivo da margem financeira (principal receita, com operações de crédito), e pela redução em despesas administrativas.
As provisões são recursos que os bancos precisam manter em caixa para cobrir possíveis calotes em operações de crédito. Quanto maior o risco, mais recursos precisam ser guardados.
A margem financeira bruta totalizou R$ 14,6 bilhões no primeiro trimestre, alta de 4% em relação ao mesmo período do ano passado e de 2,8% em relação ao último trimestre.
Segundo o documento, a queda na taxa básica de juros (Selic) média no período "impactou de maneira relevante as despesas de captação comercial e o resultado de tesouraria", explicando o resultado positivo.
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As receitas com prestação de serviços somaram R$ 6,9 bilhões, queda de 2,7% em relação ao mesmo período de 2020 e de 6,9% em relação ao trimestre anterior. Segundo o BB, a redução é explicada pela queda nas receitas com tarifas de conta-corrente.
"A administração do Banco vem buscando constantemente aprimorar seu portfólio de produtos e serviços, assim como novas formas de rentabilizar o relacionamento com seus clientes, seja pelo aumento na comercialização ou pelo desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócios", diz o balanço.
As despesas administrativas do banco tiveram queda de 4,8% em relação ao trimestre anterior e somaram R$ 7,7 bilhões. Já na comparação com os últimos três meses do ano passado, a redução foi de 0,4%.
O banco promoveu demissões voluntárias e enxugamento de estruturas físicas, com fechamento de agências, o que diminuiu despesas.
"O decréscimo foi influenciado, principalmente, pelas outras despesas administrativas, com retração de 10,4% na mesma comparação, e pelas despesas de pessoal, influenciadas pelo desligamento de funcionários, no escopo do Plano de Adequação de Quadros (PAQ) e do Programa de Desligamento Extraordinário (PDE) que ocorreu, em parte, no período, além das economias geradas no contexto do novo Programa de Cargos e Salários e do Programa Performa, dentre outras medidas", detalha o relatório divulgado pelo BB.
A carteira de crédito da instituição alcançou R$ 758,3 bilhões em março, crescimento de 2,2% na comparação com dezembro do ano passado e de 4,5% em relação ao mesmo mês de 2020.
Em relação a dezembro, o crescimento da carteira para famílias foi de 2,0%, puxada por crédito consignado (com desconto em folha de pagamento), com alta de 3,2%, e empréstimo pessoal, de 12,9%.
Na comparação dos 12 meses, houve alta de 14,2% no consignado e 10,3% no cartão de crédito.
Para empresas, houve crescimento de 1,4% em relação a dezembro e de 5,2% em relação a março de 2020. Nos 12 meses, a alta foi impulsionada por operações para capital de giro, com acréscimo de 24,2%.
No trimestre, a linha de capital de giro cresceu 2% e de antecipação de recebíveis, 4,2%.
O índice de inadimplência entre clientes da instituição aumentou 0,05 ponto percentual em relação a dezembro e alcançou 1,95% em março. De acordo com o banco, o crescimento dos calotes se deu nos segmentos para pessoas físicas.
Segundo o documento, o BB investiu R$ 21,4 bilhões entre 2015 e março deste ano em tecnologias e ampliou suas estratégias digitais, especialmente após a pandemia de Covid-19. Com isso, as transações realizadas por meio de canais de internet e celular representaram 90,3% de todas as operações, aumento de 3,8 pontos percentuais em relação a dezembro.
"O Banco do Brasil investe permanentemente em tecnologia com o objetivo de melhorar a eficiência operacional, reduzir as perdas operacionais, expandir os negócios e melhorar o atendimento ao cliente", afirmou o relatório.
RAIO-X DO BANCO DO BRASIL NO 1º TRIMESTRE
Lucro líquido R$ 4,9 bilhões
Carteira de crédito total R$ 758,3 bilhões
Margem financeira R$ 14,6 bilhões
ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) 15,1%
Funcionários 87.876
Agências 4.089
Principais concorrentes Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander (Folha de S.Paulo, 7/5/21)
O Ibovespa encerrou em alta o pregão desta quinta-feira (6), ganhando 0,30% aos 119.920 pontos, com Ambev (ABEV3) liderando os ganhos na sessão (+8,8) após resultados do primeiro trimestre, em dia marcado por oscilações na Bolsa brasileira. Os investidores digeriram hoje a decisão de política monetária do Banco Central, que subiu para 3,5% a taxa básica de juros do país e sinalizou novas elevações nos próximos meses.
De acordo com Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, o mercado já acompanha também um aumento no volume das operações nos papéis da Petrobras, com investidores ajustando posições à espera do balanço da companhia do primeiro trimestre, previsto para o próximo dia 13. Os papéis preferenciais da companhia terminaram o dia em queda de 1,3% a R$ 23,50.
A repercussão do tom mais duro do Banco Central com a inflação derrubou a cotação do dólar contra o real nesta quinta-feira. A divisa norte-americana terminou a sessão em queda de 1,62% e negociada a R$ 5,27 na venda. A moeda brasileira liderou com folga os ganhos no mundo em dia de visível apetite global por risco.
A mudança de trajetória na política monetária é um dos elementos que explica a queda de 10,4% do dólar futuro desde as máximas acima de R$ 5,88 alcançadas em março. Os demais fatores incluem o exterior positivo e acordo do orçamento deste ano, mas analistas já questionam a magnitude da correção no câmbio.
“Não me parece haver mais o mesmo espaço para apreciação do real visto no último mês. Uma parte relevante do choque de commodities e alguma medida da sinalização de política monetária parecem já estar no preço”, disse Paulo Clini, chefe de investimentos da Western Asset. O valor “justo”, segundo ele, estaria entre R$ 5 e R$ 5,15.
No exterior, o índice Dow Jones encerrou em máxima recorde nesta quinta-feira, sustentado por otimismo vindo de dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, enquanto as ações das fabricantes de vacinas fecharam em queda depois do presidente Joe Biden apoiar planos de quebra de patentes dos imunizantes contra a Covid-19.
Os setores cíclicos, incluindo os segmentos financeiro e industrial do S&P 500, ganharam força depois que um relatório do Departamento do Trabalho revelar que os novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caíram para 498 mil na semana encerrada em 1º de maio, contra 590 mil da semana anterior.
Amanhã o mercado norte-americano acompanha o Payroll, um relatório mais abrangente sobre a criação de vagas de trabalho que deve dar pistas sobre a força da recuperação da economia dos EUA. No fechamento, o Dow Jones avançou 0,93% aos 34.548 pontos, o S&P 500 subiu 0,82% aos 4.201 pontos e o Nasdaq terminou em alta de 0,37% aos 13.632 pontos (Reuters, 6/5/21)