Notícias do setor
26/05/2021
Notícias do Setor

Alemanha quer o Brasil como parceiro para importação de hidrogênio verde

60% das empresas alemãs que trabalham no desenvolvimento de hidrogênio verde têm subsidiárias aqui

ROBSON RODRIGUES, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO

Na busca por atender a futura demanda doméstica de energia baseada em energias renováveis e de baixo carbono, a Alemanha busca parceiros no mundo para importação de hidrogênio verde e considera que o Brasil pode ser um dos grandes exportadores do energético. Foi o que disse a representante do governo alemão, Peggy Schulz, em evento realizado nesta terça-feira, 25 de maio, pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

A executiva afirmou que esse é um ponto estratégico ao país europeu. A Alemanha está investindo 9 bilhões de euros em parcerias para desenvolvimento e tecnologias ligadas ao hidrogênio e nesse pacote de estímulos destinados a essa energia, o Brasil pode ser um grande parceiro.

“O consumo de hidrogênio é de 2,5TWh, mas estamos projetando que até 2030 teremos demanda de 90 a 110 TWh, ou seja, seremos um grande importador de energia. Queremos que essa energia seja verde”.

Schulz acrescenta que a Alemanha visa inclusive a compra a longo prazo de hidrogênio e derivados, dando mais segurança aos players deste setor. Hoje o hidrogênio verde – que não emite gases de efeito estufa – responde só por 4% da produção mundial. Entretanto, com as metas estabelecidas pelo Acordo do Clima de Paris, essa participação deve crescer muito nesta década.

Renováveis
Dados do Hydrogen Council, apontam que a produção e exportação do hidrogênio deverá responder, em 2050, por 20% de toda a demanda de energia global, gerando um mercado de US$ 2,5 trilhões. Como o Brasil tem cerca de 80% da sua matriz elétrica renovável, pode se tornar um dos grandes protagonistas desse mercado.

Hoje o Brasil tem um dos menores custos marginais para geração de energias renováveis e isso é fundamental para barateamento do processo de eletrólise. Fontes como solar, eólica, biomassa, biogás e etanol entram no rol de opções para geração de hidrogênio verde.

O olhar especial dos alemães pelo Brasil se justifica também porque 60% das empresas alemãs que trabalham no desenvolvimento de hidrogênio verde têm subsidiárias no Brasil e 95% das companhias globais também têm subsidiárias no país.

Para Ansgar Pinkowski, gerente de Inovação e Sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, o Brasil tem uma grande oportunidade de geração desse energético e se tornar um dos principais players do mundo e ser exportador desta nova commodity.

O Brasil tem acesso à tecnologia de ponta para elaboração de sua economia de hidrogênio verde. Ou seja, tecnologicamente nós já estamos na ponta com a ajuda de empresas internacionais”.

Produção concentrada
Hoje apenas quatro empresas estão produzindo e distribuindo hidrogênio no Brasil: White Martins, Air Liquide, Air Products e Messer. O uso ainda é concentrado na indústria. A Petrobras é o maior produtor, mas a companhia utiliza quase 95% de tudo o que produz para o refinamento de óleos combustíveis.

“No final do ano passado, a gente não viu o uso comercial de hidrogênio para fins energéticos, mas acreditamos que isso deverá acontecer logo”, diz Pinkowski.

Eletrobras privatizada deve investir R$ 200 bilhões até 2035, reafirma Limp

Valor está previsto em plano estratégico lançado em agosto de 2020. Expectativas são boas para aprovação da MP no Senado

PEDRO AURÉLIO TEIXEIRA, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO

O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, reafirmou nesta terça-feira, 25 de maio, durante o CEO Conference 2021, do BTG Pactual, que a empresa deve investir R$ 200 bilhões, cerca de R$ 12,6 bilhões ao ano, até 2035 caso seja privatizada. O valor já havia sido previsto em agosto do ano passado, quando a empresa anunciou seu Plano Estratégico 2020-2035. Caso a empresa continue estatal, os investimentos devem ficar em R$ 95,3 bilhões, com investimento de R$ 6 bilhões por ano.

Limp lembrou que o Plano Decenal de Energia prevê investimentos de R$ 365 bilhões em 10 anos. Sobre a aprovação na semana passada da Medida Provisória que possibilitou a privatização da empresa, Limp destacou o alto índice de aprovação dos deputados, quando 313 votaram a favor.  “O suficiente para aprovar uma emenda constitucional”, disse o executivo. A expectativa do executivo para a tramitação do projeto no Senado  é positiva. Limp citou ainda outros avanços do setor no âmbito legislativo, como a aprovação do GSF no ano passado e a nova lei do gás.

Gustavo Montezano, presidente do BNDES, também participou do evento e ressaltou o financiamento do banco para o piloto de um parque híbrido da Votorantim Energia com a CPPIB. De acordo com ele, apesar do crédito de cerca de R$ 200 milhões ser considerado pequeno, o projeto representa para o setor, porque pode induzir novos projetos similares. “O BNDES, junto com a Aneel e a Votorantim, estão fazendo um piloto que vai abrir um mercado gigante para os geradores se converterem em híbridos e otimizar a rede e as áreas para geração de energia”, avisa.

Petróleo estável enquanto otimismo de demanda compensa preocupações de oferta iraniana

Bozorgmehr Sharafedin

O petróleo estava estável na quarta-feira, sendo negociado em uma faixa estreita, apoiado pelo otimismo sobre a melhora da demanda de combustível dos EUA e um dólar fraco, mas com a perspectiva de um retorno do petróleo iraniano aos mercados, pressionando os preços.O Brent subiu 13 centavos, ou 0,2%, para $ 68,78 o barril às 0928 GMT, e o petróleo bruto US West Texas Intermediate (WTI) caiu 5 centavos, ou 0,1%, a $ 66,02 o barril.

"A demanda física tem melhorado tanto na Europa quanto nos Estados Unidos à medida que a desaceleração nos novos casos COVID-19 está aumentando a mobilidade", disse o analista do ING Warren Patterson.

A temporada de viagens de verão no hemisfério norte e um levantamento das restrições ao coronavírus aumentaram a demanda. Como resultado, os estoques de petróleo e combustível dos EUA caíram na semana passada, disseram duas fontes do mercado, citando dados do American Petroleum Institute.Os estoques de petróleo caíram 439.000 barris na semana encerrada em 21 de maio. Os estoques de gasolina caíram 2 milhões de barris e os estoques de destilados caíram 5,1 milhões de barris, mostraram os dados, de acordo com as fontes. consulte Mais informação

O dólar americano definhou perto de mínimos de vários meses depois que os funcionários do Federal Reserve reafirmaram uma postura dovish da política monetária, tranquilizando os investidores preocupados com a perspectiva de aumento da inflação. consulte Mais informação

Os participantes do mercado também estão acompanhando de perto os desdobramentos das negociações nucleares entre o Irã e os Estados Unidos, que podem levar ao levantamento das sanções ao setor de energia iraniano e ao retorno dos barris iranianos ao mercado.O porta-voz do governo iraniano, Ali Rabiei, disse estar otimista com a possibilidade de Teerã chegar a um acordo em breve, embora o principal negociador do Irã tenha alertado que questões sérias persistem. consulte Mais informação

O Irã e as potências globais têm negociado em Viena desde abril para definir as medidas que Teerã e Washington devem tomar em sanções e atividades nucleares para retornar ao cumprimento total do pacto nuclear de 2015 com as potências mundiais.O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, disse que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, um grupo conhecido como OPEP +, deveriam levar em consideração um possível aumento na produção de petróleo do Irã ao considerar seus próximos passos. consulte Mais informação

Analistas disseram que o Irã poderia fornecer cerca de 1 milhão a 2 milhões de barris por dia (bpd) em suprimento adicional de petróleo se um acordo for fechado e as sanções suspensas.

"Em nossa opinião, a situação fundamental no mercado de petróleo permanece equilibrada", disse o analista do Commerzbank, Eugen Weinberg.

"Graças ao bom sentimento nos mercados financeiros, a dinâmica dos preços sugere que o Brent fará uma oferta renovada pela marca de US $ 70 por barril nos próximos dias."

CCJ da Câmara aprova admissibilidade da reforma administrativa

Nesta terça-feira (25/5), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade da reforma na Administração Pública, apresentada pelo Executivo por meio de proposta de emenda à Constituição. Esta etapa analisa se a PEC é compatível com o texto constitucional e o ordenamento jurídico vigente. O texto segue para análise de uma comissão especial.

O parecer do deputado Darci de Matos (PSD-SC), relator da proposta, apresentou três supressões ao texto. Um dos itens retirados previa novos princípios da Administração Pública. Para o parlamentar, isso geraria insegurança jurídica e possibilitaria que interpretações diversas fossem questionadas no Supremo Tribunal Federal.

Outro item suprimido proibia servidores ocupantes de cargos típicos de Estado de exercer qualquer outra atividade remunerada. O relator considerou que o trecho seria inconstitucional, pois barrava o exercício de outra função mesmo com compatibilidade de horários.

O trecho que permitia ao presidente da República extinguir autarquias e fundações também foi retirado. Darci de Matos apontou que essas entidades são vinculadas e não subordinadas aos ministérios; assim, a extinção por decreto prejudicaria a separação de poderes.

"Na comissão especial, nós vamos observar e qualquer artigo, qualquer item, qualquer alínea, qualquer parágrafo, qualquer inciso que venha a tirar direitos adquiridos, nós vamos trabalhar para retirar da PEC", ressaltou o deputado. Ele também defendeu a conceituação da carreira típica de Estado e a inclusão das carreiras que ficaram de fora, como diplomatas, parlamentares, membros do Ministério Público, ministros e militares.

Pontos da reforma
A proposta restringe a estabilidade no serviço público e cria cinco tipos de vínculo com o Estado. Apenas ocupantes de cargos típicos de Estado terão estabilidade garantida, o que deve ser feito por meio de lei complementar. Porém, a dispensa poderá ocorre após decisão judicial colegiada, sem necessidade de aguardar o trânsito em julgado.

A estabilidade é garantida para quem já é servidor, mas será necessário bom desempenho em avaliações, com critérios definidos em lei. Leis ordinárias ainda devem regular a dispensa por desempenho insuficiente nesses cargos e a dispensa de servidores de outras modalidades.

Há também a criação do "vínculo de experiência", no qual o aprovado em concurso público passa por um período de um a dois anos de trabalho, ao fim do qual haverá a classificação final e a seleção de fato para o serviço.

A PEC ainda substitui os cargos em comissão de livre provimento e exoneração e funções de confiança por cargos de liderança e assessoramento, com critérios para nomeação estabelecidos pelo Executivo.

São proibidos pontos como férias superiores a 30 dias pelo período de um ano, adicionais de tempo de serviço, licença-prêmio ou licenças decorrentes de tempo de serviço, aposentadoria compulsória como modalidade de punição e incorporação de gratificação a salário. Tais restrições não se aplicam a juízes, membros do Ministério Público e militares.

A União poderá editar normas para políticas de remuneração, ocupações de cargos de liderança e assessoramento, progressão e promoção funcionais etc. Todas as esferas do Executivo também poderão firmar cooperações com órgãos e entidades, públicos e privados, para a execução de serviços públicos, que envolvam inclusive o compartilhamento de estrutura física e o uso de recursos humanos de particulares.

Há também alterações no regime previdenciário dos servidores. Cargos típicos de Estado ficarão no regime previdenciário próprio. Funcionários vinculados por tempo determinado, ocupantes de cargos de liderança e assessoramento e titulares de mandato eletivo e de outros cargos temporários entram no regime geral da Previdência.

O presidente da República poderá ainda extinguir cargos públicos efetivos vagos, de ministro de Estado, em comissão, de liderança e assessoramento, funções de confiança e gratificações de caráter não permanente, ocupados ou vagos. Também poderá criar, fundir, transformar ou extinguir ministérios e órgãos diretamente subordinados, entre outros pontos. Com informações da Agência Câmara.

Reforma administrativa valerá apenas para futuros servidores, diz Lira

"Alguns marcos são pétreos: serão respeitados todos os direitos e garantias dos atuais servidores", afirma presidente da Câmara

Por Raphael Di Cunto, Valor — Brasília

 

Após a aprovação da admissibilidade da reforma administrativa pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira que serão respeitados os direitos dos atuais servidores e que há o compromisso de que as mudanças valerão apenas para os futuros servidores. Após aprovação na CCJ, a proposta será debatida em comissão especial.

“Alguns marcos são pétreos: serão respeitados todos os direitos e garantias dos atuais servidores e eventuais mudanças serão válidas apenas e tão somente para os servidores admitidos após a reforma”, disse Lira. “Nenhuma violação será perpetrada contra qualquer categoria e esse não é e nunca foi o objetivo da reforma”, continuou.

O presidente da Câmara disse que o debate na comissão especial ocorrerá de forma responsável e cuidadosa para aprimorar o projeto. “Creio que o texto final estará maduro para ir ao plenário, após as discussões na comissão”, disse.

 

Ibovespa segue exterior e fecha em queda; dólar fecha a R$ 5,3371

O Ibovespa encerrou o pregão de hoje (25) em queda de 0,84% aos 122.987 pontos, acompanhando a virada negativa das Bolsas norte-americanas na sessão e o viés baixista que atinge as empresas de mineração e siderurgia, com preocupações relacionadas às medidas de controle nos preços do aço na China.

No contexto doméstico, a prévia da inflação brasileira em maio apresentou novo arrefecimento, com o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) subindo 0,44% na leitura de maio, contra alta de 0,60% em abril, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da desaceleração, a taxa é ainda a maior para o mês em cinco anos e acumula alta em 12 meses bem acima do teto da meta oficial, em 7,27%.

“O mercado digere sem estresse o IPCA-15 de maio, que ficou abaixo do esperado pelo mercado e trouxe certo alívio para a curva de juros, apesar das preocupações quanto ao rumo do fiscal com rumores de uma nova rodada de estímulos de renda pelo governo”, comenta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), defendeu hoje que o Congresso estude a necessidade de prorrogação do auxílio emergencial concedido pelo governo federal por quatro meses neste ano e avalie um programa que amplie ou substitua o Bolsa Família.

Ainda em Brasília, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta terça-feira a admissibilidade da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma administrativa, primeiro passo para o texto que muda as regras no serviço público tramite no Congresso.

Aprovada a admissibilidade, quando os parlamentares avaliam se a proposta cumpre requisitos constitucionais e jurídicos, a PEC segue agora para uma comissão especial que discutirá seu mérito. A reforma altera disposições sobre servidores, empregados públicos e organização administrativa, na intenção de “conferir maior eficiência, eficácia e efetividade à atuação do Estado”.

O dólar fechou em leve alta contra o real, avançando 0,25% e negociado a R$ 5,3371 na venda, abandonando as quedas do início do dia com a piora nos mercados externos na parte da tarde e operadores acompanhando o ambiente doméstico fiscal.

Entre os indicadores do dia, a confiança do consumidor brasileiro subiu para 76,2, em maio, acima da leitura anterior de 72,5, segundo dados da FGV (Fundação Getulio Vargas). Já nos Estados Unidos, a confiança do consumidor divulgada hoje pelo The Conference Board registrou leve recuo, em 117,2 neste mês, contra 117,5 em abril.

Os mercados acionários norte-americanos terminaram o dia no vermelho, com investidores ainda repercutindo as expectativas para a tendência inflacionária nos EUA e possíveis mudanças na condução da política pelo Federal Reserve.

No fechamento, o Dow Jones recuou 0,24%, para 34.312 pontos, o S&P 500 perdeu 0,21%, para 4.188 pontos e o Nasdaq teve variação negativa de 0,03%, para 13.657 pontos. Os yields dos Treasuries de longo prazo caíam pelo quarto dia consecutivo no fim desta terça-feira, com a taxa do papel de dez anos, referência do mercado, atingindo nova mínima de duas semanas a 1,56% (Reuters, 25/5/21)

 

 

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