Para reverter a situação, relatório aponta a necessidade de investimentos em eletrificação por meio de soluções descentralizadas de base renovável
ROBSON RODRIGUES, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO
A menos que os esforços sejam intensificados, o mundo não conseguirá garantir o acesso universal à energia e cerca de 660 milhões de pessoas não terão acesso à eletricidade 2030, a maioria delas na África Subsaariana, vivendo em ambientes frágeis e afetados por conflitos.
Foi o que mostrou um relatório divulgado nesta segunda-feira, 7 de junho, pela Agência Internacional de Energia (IEA), Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN DESA), Banco Mundial e Organização Mundial da Saúde (OMS). Denominado Tracking SDG 7: The Energy Progress Report (2021), o estudo mapeia as metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 (ODS 7), que visa assegurar o acesso universal à energia segura, sustentável e moderna para todos.
O documento aponta avanços importantes na última década, que vai de 2010 a 2019, quando mais de um bilhão de pessoas obtiveram acesso à eletricidade em todo o mundo. A eletrificação por meio de soluções descentralizadas de base renovável, em particular, ganhou impulso e o número de pessoas conectadas a mini redes mais que dobrou entre 2010 e 2019, passando de 5 para 11 milhões de pessoas.
No entanto, de acordo com as políticas atuais e planejadas e posteriormente afetadas pela crise Covid-19, isso não será suficiente para universalizar o acesso à energia para toda população mundial.
Por outro lado, o impacto financeiro da Covid-19 tornou os serviços básicos de eletricidade inacessíveis para mais 30 milhões de pessoas, a maioria localizada na África Subsaariana. Atualmente, 759 milhões de pessoas ainda vivem sem eletricidade no mundo.
A América Latina e o Caribe têm a maior parcela dos usos modernos de energia renovável, graças à energia hidrelétrica para eletricidade, bioenergia para processos industriais e biocombustíveis para transporte. O Leste e o Sudeste asiático, assim como a América Latina e Caribe, estão se aproximando do acesso universal, com mais de 98% de sua população tendo acesso à eletricidade.
O relatório examina várias maneiras de preencher as lacunas para alcançar o ODS 7, sendo as principais delas dobrar o progresso em eficiência energética, a colaboração internacional e aumentar significativamente o uso de energias renováveis - que se mostraram mais resilientes do que outras partes do setor de energia durante a crise do Covid-19. O estudo completo (em inglês) pode ser acessado aqui.
Contas de luz da RGE e da CEEE-D devem subir no segundo semestre
Jefferson Klein
Apesar dos processos de revisões e reajustes tarifários das distribuidoras de energia poderem contemplar índices negativos, o que acaba nessas ocasiões reduzindo a conta de luz, esse não deve ser o caso neste ano para as duas maiores concessionárias gaúchas: a RGE e a CEEE-D. A perspectiva é que ocorra uma elevação nas tarifas dessas duas empresas, sendo que a primeira a passar pela alteração será a RGE, que tem tradicionalmente a data do seu reajuste marcado para vigorar a partir de 19 de junho. Antes de chegar essa data, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá divulgar os percentuais que serão aplicados nas tarifas da companhia.
O diretor da Siclo Consultoria em Energia Paulo Milano diz que é difícil mensurar em quanto será o aumento, mas, levando em consideração outras distribuidoras brasileiras que já passaram pelo processo de reajuste em 2021, ele calcula que o incremento médio na RGE deverá ficar entre 5% e 10%. Já o CEO da unidade de negócios varejistas do Grupo Comerc, João Aramis, projeta uma elevação ainda maior para essa concessionária, na ordem de 15%. No ano passado, o reajuste concedido pela Aneel para a RGE teve um efeito médio de 6,09% para o consumidor final, sendo 5,22% para os clientes residenciais e 6,24% para a indústria.
Milano lembra que entre os fatores que influem nas correções das contas de luz estão custos com distribuição, transmissão e aquisição de energia. O dólar também é outra variável, pois RGE e CEEE-D adquirem energia de Itaipu, que é precificada nessa moeda. Já o CEO da unidade de negócios varejistas do Grupo Comerc acrescenta que o baixo nível dos reservatórios do País, que implica o acionamento mais intenso das termelétricas que possuem uma geração normalmente mais cara do que as hidrelétricas, impactará as tarifas de todas as distribuidoras nacionais.
Outro ponto que deve pressionar as tarifas, destaca Aramis, é a chamada Conta-Covid, uma operação regulamentada pela Aneel em junho do ano passado para atenuar os reflexos mais imediatos nos reajustes das distribuidoras por causa da pandemia. Esse abrandamento foi feito através de um empréstimo de cerca de R$ 15 bilhões, de um conjunto de bancos para as concessionárias, diluindo o efeito no aumento das tarifas em 60 meses. "Com a taxa de juros desses bancos, serão cobrados aproximadamente R$ 20 bilhões dos consumidores e isso será repassado entre 2021 e 2025", comenta o integrante da Comerc. Ele detalha que essa cobrança começa neste ano, abrangendo apenas 5% do total dos empréstimos, porém esses percentuais vão aumentando até 2025.
Para as contas de luz da CEEE-D, que terá as mudanças nas suas tarifas ocorrendo em novembro (vigoram a partir do dia 22), o diretor da Siclo Consultoria ressalta que fazer uma estimativa é mais complicado. Ele lembra que se trata de uma revisão e não de um reajuste tarifário, contudo a perspectiva é também de uma elevação de valores. A revisão reposiciona as contas de luz cobradas dos consumidores após analisar os custos e os investimentos para a prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica, o que acontece no caso da CEEE-D no intervalo de cinco anos. Já o reajuste é uma avaliação mais simples, que ocorre anualmente, com exceção de quando é feita a revisão.
Por sua vez, o CEO da unidade de negócios varejistas do Grupo Comerc calcula uma elevação em torno de 10% para as tarifas da CEEE-D. No entanto, ele frisa que as estimativas de aumentos, que devem ser verificados de uma forma generalizada pelas concessionárias brasileiras, não levam em consideração uma eventual devolução de créditos tributários referentes a decisões da Justiça sobre a retirada do ICMS da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins nas contas de luz. Esse fator pode fazer com que os incrementos nas tarifas não sejam tão altos. O processo de reajuste da mineira Cemig-D, por exemplo, por considerar os créditos tributários a pedido da concessionária, acabou resultando em um aumento médio de apenas 1,28% em maio, sendo que para os clientes residenciais não houve alteração nos valores da conta de luz.
Apesar dos processos de revisões e reajustes tarifários das distribuidoras de energia poderem contemplar índices negativos, o que acaba nessas ocasiões reduzindo a conta de luz, esse não deve ser o caso neste ano para as duas maiores concessionárias gaúchas: a RGE e a CEEE-D. A perspectiva é que ocorra uma elevação nas tarifas dessas duas empresas, sendo que a primeira a passar pela alteração será a RGE, que tem tradicionalmente a data do seu reajuste marcado para vigorar a partir de 19 de junho. Antes de chegar essa data, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá divulgar os percentuais que serão aplicados nas tarifas da companhia.
O diretor da Siclo Consultoria em Energia Paulo Milano diz que é difícil mensurar em quanto será o aumento, mas, levando em consideração outras distribuidoras brasileiras que já passaram pelo processo de reajuste em 2021, ele calcula que o incremento médio na RGE deverá ficar entre 5% e 10%. Já o CEO da unidade de negócios varejistas do Grupo Comerc, João Aramis, projeta uma elevação ainda maior para essa concessionária, na ordem de 15%. No ano passado, o reajuste concedido pela Aneel para a RGE teve um efeito médio de 6,09% para o consumidor final, sendo 5,22% para os clientes residenciais e 6,24% para a indústria.
Milano lembra que entre os fatores que influem nas correções das contas de luz estão custos com distribuição, transmissão e aquisição de energia. O dólar também é outra variável, pois RGE e CEEE-D adquirem energia de Itaipu, que é precificada nessa moeda. Já o CEO da unidade de negócios varejistas do Grupo Comerc acrescenta que o baixo nível dos reservatórios do País, que implica o acionamento mais intenso das termelétricas que possuem uma geração normalmente mais cara do que as hidrelétricas, impactará as tarifas de todas as distribuidoras nacionais.
Outro ponto que deve pressionar as tarifas, destaca Aramis, é a chamada Conta-Covid, uma operação regulamentada pela Aneel em junho do ano passado para atenuar os reflexos mais imediatos nos reajustes das distribuidoras por causa da pandemia. Esse abrandamento foi feito através de um empréstimo de cerca de R$ 15 bilhões, de um conjunto de bancos para as concessionárias, diluindo o efeito no aumento das tarifas em 60 meses. "Com a taxa de juros desses bancos, serão cobrados aproximadamente R$ 20 bilhões dos consumidores e isso será repassado entre 2021 e 2025", comenta o integrante da Comerc. Ele detalha que essa cobrança começa neste ano, abrangendo apenas 5% do total dos empréstimos, porém esses percentuais vão aumentando até 2025.
Para as contas de luz da CEEE-D, que terá as mudanças nas suas tarifas ocorrendo em novembro (vigoram a partir do dia 22), o diretor da Siclo Consultoria ressalta que fazer uma estimativa é mais complicado. Ele lembra que se trata de uma revisão e não de um reajuste tarifário, contudo a perspectiva é também de uma elevação de valores. A revisão reposiciona as contas de luz cobradas dos consumidores após analisar os custos e os investimentos para a prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica, o que acontece no caso da CEEE-D no intervalo de cinco anos. Já o reajuste é uma avaliação mais simples, que ocorre anualmente, com exceção de quando é feita a revisão.
Por sua vez, o CEO da unidade de negócios varejistas do Grupo Comerc calcula uma elevação em torno de 10% para as tarifas da CEEE-D. No entanto, ele frisa que as estimativas de aumentos, que devem ser verificados de uma forma generalizada pelas concessionárias brasileiras, não levam em consideração uma eventual devolução de créditos tributários referentes a decisões da Justiça sobre a retirada do ICMS da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins nas contas de luz. Esse fator pode fazer com que os incrementos nas tarifas não sejam tão altos. O processo de reajuste da mineira Cemig-D, por exemplo, por considerar os créditos tributários a pedido da concessionária, acabou resultando em um aumento médio de apenas 1,28% em maio, sendo que para os clientes residenciais não houve alteração nos valores da conta de luz.
As autoridades chinesas ordenaram que uma unidade da estatal PetroChina pare de negociar cotas de importação de petróleo bruto com refinarias locais como parte de uma repressão à produção excessiva de combustível, uma medida que poderia reduzir as importações de petróleo do país em 3%, disseram as fontes.
Pequim intensificou o escrutínio do uso de cotas de petróleo bruto e importações por empresas estatais e privadas este ano para aliviar um excedente de combustível que pesou sobre os lucros do setor e levou a emissões excessivas que minaram as metas climáticas da China, disseram cinco fontes da indústria com conhecimento da a matéria.
A PetroChina Fuel Oil Co Ltd é um importante fornecedor de petróleo bruto para refinarias independentes da China.
Sem cotas adicionais da empresa, as compras de petróleo pelas refinarias independentes, também conhecidas como bules, cairão de 12 milhões a 16 milhões de toneladas anuais (240.000 a 320.000 barris por dia), ou cerca de 3% das importações totais de petróleo da China, as fontes disse, forçando as empresas a importar óleo combustível em vez de manter as fábricas em funcionamento.
A queda nas importações de petróleo pelo maior importador de petróleo do mundo também pode limitar uma recuperação nos preços globais do petróleo, que agora estão pairando acima de US $ 70 o barril.
A China desencadeou nos últimos meses uma série de medidas com o objetivo de restringir seu inchado setor de refino de petróleo, desde o exame do comércio ilícito de cotas de importação até a cobrança de novos impostos para conter o fornecimento indesejado de combustível. consulte Mais informação
A PetroChina Fuel Oil, que produz e comercializa óleo combustível e betume, recebeu ordens em abril para interromper a revenda de petróleo bruto importado e negociar cotas para cerca de meia dúzia de bules de chá, uma prática tradicional que a empresa pratica há anos.
"O governo está levando muito mais a sério as emissões de carbono este ano e vê as grandes importações de petróleo bruto e grandes exportações de combustível refinado como algo insustentável", disse um funcionário.
Os bules que estão processando mais petróleo além de suas cotas devem ser controlados, disse o funcionário.
A China, o segundo maior refinador do mundo, desde o final de 2015 permitiu que mais de 40 fábricas menores processassem petróleo importado para apoiar o investimento privado, mas controla as compras gerais de petróleo usando um sistema de cotas para conter expansões de refinaria desnecessárias.
Sob um esquema legado endossado pela controladora PetroChina, a unidade de óleo combustível fez parceria com refinarias de bule de chá sob um acordo chamado de "processamento", segundo o qual a empresa paga uma taxa de processamento para os bules e compra de volta produtos refinados, como diesel em um acordo preço, disse um segundo funcionário.
Mas fontes disseram que era "muito difícil" chegar a um acordo sobre os termos de recompra de preços ou qualidade do combustível, então a PetroChina Fuel Oil muitas vezes simplesmente deixa essas usinas usarem suas permissões de importação ou às vezes revende diretamente o petróleo bruto importado para elas.
"(A investigação) encerra oficialmente a parceria de anos entre a empresa e os bules", disse um terceiro funcionário.
Um representante da PetroChina disse que não tinha conhecimento da situação e não podia comentar.
O principal planejador econômico, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), que está liderando a investigação, não respondeu a um pedido de comentário.
Depois de ser cortada do negócio de fornecimento de petróleo, a PetroChina Fuel Oil será forçada a retomar a importação de óleo combustível para abastecer suas quatro fábricas de betume e também expandir para outros negócios para aumentar a receita.
“(A empresa) tem de se adaptar às mudanças e expandir-se para novos negócios, como combustível marítimo alfandegado e novas energias”, disse o segundo responsável, sem dar mais detalhes.
As agências globais de aplicação da lei invadiram um aplicativo usado por criminosos e leram milhões de mensagens criptografadas, levando a centenas de prisões de figuras do crime organizado em 18 países, disseram autoridades na terça-feira.
A operação da polícia australiana e europeia e do Bureau Federal de Investigação dos Estados Unidos capturou suspeitos na Austrália, Ásia, Europa, América do Sul e Oriente Médio envolvidos no comércio global de entorpecentes, disseram as autoridades.
Mais de 800 membros suspeitos de gangues do crime organizado foram presos e US $ 148 milhões em dinheiro apreendidos em batidas em todo o mundo. Toneladas de drogas também foram apreendidas, disseram as autoridades.
Batizada de Operação Trojan Shield pelo FBI, foi uma das maiores infiltrações e aquisições de uma rede criptografada especializada.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse que a operação "desferiu um golpe pesado contra o crime organizado - não apenas neste país, mas que ecoará ... em todo o mundo".
"Este é um momento decisivo na história da aplicação da lei australiana", disse Morrison a repórteres em Sydney.
O comissário da Polícia Federal Australiana, Reece Kershaw, disse que a polícia prendeu 224 pessoas, incluindo membros de gangues de motociclistas ilegais, enquanto a Nova Zelândia disse ter detido 35 pessoas.
Na Europa, as autoridades disseram que 75 suspeitos suecos foram presos e mais de 60 detidos na Alemanha. Quarenta e nove foram presos na Holanda.
A operação foi concebida pela polícia australiana e pelo FBI em 2018, sob a qual funcionários dos Estados Unidos assumiram o controle do aplicativo de mensagens An0m usado por redes de crime organizado.
Quando uma figura do submundo australiano começou a distribuir telefones personalizados contendo o aplicativo para seus associados como um meio seguro de comunicação, a polícia pôde monitorar suas mensagens. As gangues acreditavam que o sistema era seguro porque os telefones não tinham nenhum outro recurso - nenhuma função de voz ou câmera estava carregada - e o aplicativo estava criptografado.
Grupos criminosos em mais de 100 países receberam os telefones, disse um funcionário do FBI.
"Temos estado no fundo do poço do crime organizado", disse Kershaw na entrevista coletiva. “Eles só falam sobre drogas, violência, brigas, pessoas inocentes que vão ser assassinadas”.
As mensagens foram descaradas e não houve tentativa de se esconder atrás de qualquer tipo de código, disse ele.
"Estava lá para ser visto, incluindo 'teremos uma lancha encontrando você neste momento', 'este é quem fará isso' e assim por diante."
HOMEM MARCADO
Kershaw disse que a figura do submundo australiano, que fugiu do país, "basicamente criou seus próprios colegas" distribuindo os telefones e era um homem marcado.
"Quanto mais cedo ele se entregar, melhor para ele e sua família", disse ele.
Um complô de assassinato que as autoridades conheceram envolvia planos para atacar um café com uma metralhadora, enquanto uma família de cinco pessoas também era alvo. As autoridades disseram que conseguiram evitar esses ataques.
Executando o maior número de mandados de busca e apreensão da Austrália em um dia, a polícia apreendeu na segunda-feira 104 armas de fogo, incluindo um rifle de precisão militar, além de quase A $ 45 milhões ($ 34,9 milhões) em dinheiro. Cerca de A $ 7 milhões foram encontrados em um cofre enterrado sob um galpão de jardim em um subúrbio de Sydney.
Um total de 525 acusações foram feitas, mas as autoridades esperam mais nas próximas semanas.
($ 1 = 1,2893 dólares australianos)
Ibovespa sobe e encosta nos 131 mil pontos; dólar a R$ 5,0349
O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,5% e cravando o sexto recorde consecutivo aos 130.776 mil pontos no fechamento desta segunda-feira (7). Na contramão do movimento observado no exterior, o índice brasileiro foi beneficiado pela perspectiva positiva de reabertura da economia, com papéis de empresas ligados à retomada liderando as altas na sessão. O volume financeiro no pregão somou R$ 33,8 bilhões.
“O Ibovespa segue com sua tendência de alta principal”, avalia o analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro, chamando atenção para o desempenho de bancos, principal porta de entrada de estrangeiros na Bolsa brasileira. Segundo dados da B3, o saldo de capital externo no segmento Bovespa é positivo em R$ 3,9 bilhões, considerando apenas os dois primeiros pregões deste mês, após entrada líquida de R$ 12,2 bilhões em maio.
O otimismo em relação à economia brasileira já é observado também nas medianas das projeções do Boletim Focus, do Banco Central, com previsão de crescimento de 4,36% no PIB de 2021, ante projeção de 3,21% há quatro semanas.
O movimento positivo no dia ganhou tração após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmar a investidores que pretende instalar ainda nesta semana a comissão especial da reforma administrativa e dar andamento a medidas relacionadas a mudanças no sistema tributário.
No mesmo evento, Lira afirmou que o Congresso precisa ter um “projeto viável” para criação de um programa social permanente que substitua ou amplie o Bolsa Família e seja votado antes do recesso parlamentar, que tem início em 17 de julho.
De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, o governo federal planeja estender por mais dois meses o auxílio emergencial de R$ 250, até setembro deste ano. A extensão do programa será custeada por um crédito extraordinário de R$ 12 bilhões a ser enviado ao Congresso e outros R$ 7 bilhões que já estão disponíveis no orçamento autorizado para o programa.
A proposta do governo, segundo a agência, é usar os dois meses para fazer uma ponte até a implementação do novo Bolsa Família, atualmente em fase de estudos. O valor da nova versão do programa, no entanto, ainda não foi definido.
No câmbio, o dólar fechou estável contra o real, avançando 0,02% e negociado a R$ 5,0349 na venda. O movimento de valorização da divisa norte-americana frente a pares no exterior foi limitado pela melhor percepção dos investidores sobre o cenário doméstico.
O dólar spot quebrou uma sequência de três pregões consecutivos de queda, depois de fechar a sexta-feira em R$ 5,03 na venda, o menor patamar desde 10 de junho de 2020. Ainda assim, a divisa acumula perda de quase 3% no acumulado do ano. Para Thomas Giuberti, da Golden Investimentos, isso é reflexo de um cenário doméstico mais promissor, já que “os riscos vêm se normalizando de forma considerável”.
“Temos a inflexão para um ambiente mais promissor, com crescimento econômico forte, e o cenário mais benigno reflete nos ativos, que têm muito espaço para subir.”
Além da melhor percepção dos investidores sobre o cenário doméstico, há um ambiente de fraqueza internacional da moeda norte-americana, avalia Giuberti, com o índice do dólar contra uma cesta de moedas sendo negociado abaixo da marca de 90.
Em Wall Street, os principais índices de ações encerraram o dia em campo misto, com o Dow Jones e o S&P 500 terminando a sessão no vermelho. Os investidores aguardam notícias sobre a possibilidade de um imposto corporativo mínimo global e acompanham as perspectivas inflacionárias para os Estados Unidos.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,36% aos 34.630 pontos, o S&P 500 perdeu 0,08%, aos 4.226 pontos e o Nasdaq ganhou 0,49% aos 13.881 pontos.
Nas próximas sessões, as atenções do mercado devem se voltar para as decisões de política monetária no Brasil e no exterior, ambos previstos para o dia 16 de junho (Reuters, 7/6/21)