Relatório mostra que houve melhora em afluências, flexibilização de restrições e incremento na geração e transmissão. Período úmido não deve atrasar
PEDRO AURÉLIO TEIXEIRA, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO (RJ)
De acordo com a edição de setembro do relatório Energy Report, produzido pela PSR, houve redução significativa dos riscos de suprimento de energia e potência até o fim de novembro deste ano. O relatório diz que o recuo foi causado por um misto de fatores, um deles é a melhora nas afluências com ênfase na região Sul, a flexibilização das restrições de usos múltiplos da água e da confiabilidade na transmissão Nordeste – Sudeste. E ainda, a entrada e antecipação de geração e transmissão e a importação de energia de Argentina e Uruguai contribuíram para esse incremento na situação.
Foram elaborados quatro cenários futuros. Dois sobre as ações adicionais da Creg e outros dois sobre a capacidade de transferência de energia do Nordeste e Norte para o Sudeste. O futuro em que o risco de racionamento é mais alto, com 3%, é aquele com a representação de todas as restrições de defluência mínima e volume mínimo, por razões de uso múltiplo da base de dados do PMO de outubro, sem ações adicionais pela Creg e a capacidade de transferência do Norte e Nordeste para o Sudeste reduzida (caso sem Creg, transferência reduzida). Já no futuro, considerando as ações da câmara gestora e a capacidade de transferência correspondente ao valor da configuração atual do PMO (Caso com Greg, transferência PMO) o risco é zero.
Apesar do cenário alentador, os níveis dos reservatórios devem chegar ao fim de 2021 em nível bem reduzido, trazendo preocupações para 2022.
Outro ponto ressaltado pelo relatório é que por enquanto não há indicativo de atraso no período úmido desse ano. Segundo a PSR, o próprio mercado já teria reduzido os preços de contratos negociados para novembro e 2022 em mais de 20%, o que demonstra melhora no cenário de oferta futura. O aumento na demanda considerado é de 5,5%. Os resultados de programa de redução de demanda não foram levados em consideração na análise da PSR, assim como o crescimento da geração distribuída além do previsto pelo operador do sistema.
Certame, com entrega da geração a partir de maio de 2022, está previsto para 25 de outubro e será realizado pela plataforma da CCEE
SUELI MONTENEGRO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE BRASÍLIA (DF)
A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou o edital com as regras do procedimento simplificado para contratação de energia de reserva de novos empreendimentos de geração, para suprimento de maio de 2022 a dezembro de 2025. O certame autorizado pela Câmara de Regras Excepcionais de Gestão Hidroenergética vai acontecer em 25 de outubro, na plataforma de negociação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Poderão participar projetos de fontes eólica, solar fotovoltaica e termelétrica a óleo diesel, a óleo combustível, a biomassa e a gás natural com conexão nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Serão ofertados contratos por quantidade para eólicas, solares e usinas a biomassa e por disponibilidade para térmicas. A conexão será de inteira responsabilidade do gerador.
O edital exige garantia de proposta de 2% do investimento, com valor mínimo de R$ 200 mil. Já a garantia de fiel cumprimento do contrato é de 5% do investimento e deve ter valor mínimo de R$ 1 milhão, além de ser obrigatória para a vigência da autorização do empreendimento.
Nos contratos por quantidade, a receita de venda será atualizada pelo IPCA e os vendedores assumirão os custos financeiros associados à diferença de geração. A energia gerada acima do contratado será liquidada pelo PLD mínimo vigente, enquanto a geração menor que o previsto resultará em multa de 15% do preço, proporcional ao déficit apurado.
Os vendedores não terão remuneração antes da entrada em operação comercial. Em caso de atraso na implantação da usina, a penalidade será de 50% da receita de venda, equivalente à potência em atraso. Se o empreendedor conseguir antecipar a obra, terá direito à receita de venda, mais receita de antecipação correspondente a 50% do valor de venda.
A contratação por disponibilidade terá receita fixa, corrigida pelo IPCA, mais a parcela do Custo Variável Unitário da usina. A energia será liquidada dentro do contrato de reserva, sendo que o despacho fora da ordem de mérito vai ser remunerado pelo mercado de curto prazo e por Encargos de Serviços do Sistema, parcela não sujeita ao rateio da inadimplência no MCP.
Se a geração for inferior ao contratado no despacho por ordem de mérito, será exigido ressarcimento e aplicada multa de 15% da receita fixa, na parcela do déficit. A receita será paga a partir da entrada da usina, e o atraso também resultará em penalidade equivalente a 50% da receita do período em atraso.
Na antecipação do empreendimento, o vendedor terá direito à receita fixa mais 50% da antecipação proporcional a potencia, além da parcela variável. Será estabelecido um banco de horas para indisponibilidades forçadas e programadas, e o gerador terá de comprovar a condiçao operativa para geração anual mínima ininterrupta.
O edital também prevê a emissão de documentação simplificada para acesso à rede de transmissão ou de distribuição. As inscrições dos participantes serão feitas on line de 15 a 18 de outubro, mesmo período para o aporte da garantia de proposta. O resultado do leilão será homologado em 5 de novembro, após a fase de habilitação dos vencedores, e os contratos de reserva serão assinados no dia 17 do mês que vem.
Preços de energia em alta aumentam agenda política da UE
Por Kate Abnett
BRUXELAS, 6 de outubro (Reuters) - A União Europeia disse na quarta-feira que examinaria a forma como seu mercado de energia é administrado e consideraria propostas para reformar as regulamentações dentro do bloco, enquanto busca manter os planos para enfrentar as mudanças climáticas em meio a um recorde histórico custos de energia.
Os preços da eletricidade e do gás na Europa dispararam este ano, à medida que a oferta restrita de gás colidiu com a forte demanda nas economias em recuperação da pandemia de COVID-19.Os preços da energia lideraram a agenda política da UE na quarta-feira, com os ministros do meio ambiente e o Parlamento Europeu debatendo a questão depois que os líderes dos países discutiram as possíveis respostas na noite de terça-feira.
A crise dividiu os Estados membros sobre a intervenção de Bruxelas.
"Não há dúvida de que precisamos tomar medidas políticas", disse o comissário de energia da UE, Kadri Simson, ao parlamento da UE.A Comissão irá publicar na próxima semana um menu de opções de como os governos e a UE podem reagir, e lançar um estudo sobre se o mercado de energia da UE está apto para entregar a transição planejada do bloco para a energia verde, disse Simson.
A Espanha e a França pediram uma reformulação da regulamentação da eletricidade da UE para separar o preço da energia do custo do gás.
"Acreditamos que essa estrutura seja sólida, mas vemos os desafios", disse Simson.O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, disse que ele e outros países pediram a Bruxelas uma resposta "audaciosa". "Precisamos de medidas extraordinárias e inovadoras ... pedimos uma compra conjunta de gás", disse ele.
Nem todos os países estão convencidos. Os reguladores da UE esperam que as condições do mercado de gás melhorem na próxima primavera e alguns governos dizem que a questão é melhor tratada com subsídios nacionais e incentivos fiscais para proteger os consumidores de contas altas - medidas que muitos países implementaram.
"É principalmente algo para os Estados membros abordarem", disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte. "Devemos olhar para o que a Europa pode fazer coletivamente. Existem propostas - algumas mais selvagens, outras menos selvagens."
O pico de preços chegou no momento em que a UE se prepara para uma escalada de políticas de combate às mudanças climáticas, e alimentou a preocupação de alguns países de que medidas para aumentar o custo dos combustíveis poluentes poderiam aumentar as contas das famílias.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, chamou as políticas verdes planejadas de "imposto indireto" sobre os cidadãos. "Em parte, a razão pela qual os preços estão altos é culpa da Comissão", disse ele.Analistas disseram que os preços do gás são o principal fator por trás dos custos crescentes de energia na Europa, enquanto o custo das licenças no mercado europeu de carbono tem desempenhado um papel menor. consulte Mais informaçãoBruxelas afirma que seus planos climáticos irão reduzir as contas das famílias, reduzindo sua exposição aos preços voláteis dos combustíveis fósseis - e que se os países não conseguirem cortar as emissões rapidamente, eles enfrentarão custos muito maiores na forma de inundações fatais, calor e incêndios florestais.
"Vamos ficar de olho na bola. O problema aqui é a crise climática", disse o chefe de política climática da UE, Frans Timmermans. "Quanto mais rápido nos movermos em direção à energia renovável, mais rápido poderemos proteger nossos cidadãos contra os preços altos."
Reportagem de Kate Abnett, Robin Emmott, Marine Strauss, Philip Blenkinsop; Edição de John Chalmers, Edmund Blair e John Stonestreet
Por Marli Olmos — De São Paulo
maior parte dos híbridos - os importadores são, naturalmente, os mais interessados em tornar as condições do país cada vez mais favoráveis ao uso desses veículos. Isso vai desde a mobilização por redução de impostos até a criação de uma infraestrutura para carregamento de baterias cada vez melhor.
Por Letícia Fucuchima — De São Paulo
A matriz da holding foi transferida de Niterói (RJ) para a capital paulista, que se tornou um grande polo para a companhia após a assunção da concessionária de distribuição da região metropolitana de São Paulo. Já as operações fluminenses mudaram para a região do Porto Maravilha, na área central do Rio.
Europa enfrenta escassez de mão de obra e busca estrangeiros
Funcionário de supermercado de Londres abastece prateleiras. Escassez provocada pela pandemia e pelo Brexit chega a lojas britânicas Justin Tallis - 7.set.2021/AFP
Continente vê lacuna de profissionais técnicos e programadores.
Em meio à atenuação da pandemia de Covid-19 e a retomada econômica, o mercado de trabalho europeu voltou a sofrer com um problema que atormenta o continente desde o início da década de 2010: a falta de mão de obra.
Do leste ao oeste da Europa, a lacuna de trabalhadores já afeta, principalmente, os setores de construção e de serviços, e governos, do Reino Unido à Dinamarca, já começam a correr atrás de soluções para evitar uma nova freada da economia. O contexto ainda traz consigo o pacote trilionário aprovado pela União Europeia (UE) para retomar a economia no pós-pandemia, o que, segundo analistas, pode aumentar ainda mais a escassez de mão de obra.
A falta de caminhoneiros no Reino Unido é um exemplo do problema, que transcende as fronteiras da UE. Nos últimos dias, britânicos têm, literalmente, brigado em filas de postos de combustíveis para conseguir abastecer seus veículos e já relatam falta de abastecimento nos supermercados.
Até então, grande parte dos caminhoneiros que trabalhavam nas rodovias britânicas eram migrantes de países vizinhos, principalmente do Leste Europeu. Com a saída do Reino Unido da União Europeia e, posteriormente, o fechamento das fronteiras para conter o avanço do coronavírus, a migração de mão de obra foi reduzida.
Pensando em conter a crise, o governo do premiê Boris Johnson anunciou que permitirá a entrada de 5.000 motoristas de caminhões-tanque e caminhões de alimentos no país para trabalhar até o Natal.
Apesar de acentuada no Reino Unido, a falta de caminhoneiros já é notada em toda a Europa desde antes da pandemia. Segundo levantamento da União Internacional de Transporte Rodoviário, em 2019, a Polônia tinha 22% das suas vagas não preenchidas no setor; na Romênia, o número correspondia à metade do total de vagas.
O problema também aparece em um estudo da Eurofound, agência de pesquisas da UE, que listou as principais lacunas de mão de obra nas nações do grupo econômico. De acordo com o levantamento, 13 países sofriam com a falta de caminhoneiros em 2020. Lideram a lista enfermeiros (18), encanadores (14), cozinheiros (13) e soldadores (13).
De acordo com a autora da pesquisa, Tina Weber, a falta de profissionais técnicos na Europa tem se agravado, com base nas escolhas dos jovens que se formam no ensino médio e tendem a emendar a trajetória com o ensino superior. “Acredito que muitos jovens não percebem que eles seriam relativamente bem pagos se tivessem essas ocupações”, analisa.
Conforme a União Europeia, a média geral de vacâncias de emprego (porcentagem do número de vagas abertas em relação ao número de postos ocupados mais o número de vagas), hoje, é de 2,2% nos países do grupo, mas a taxa chega a 4,9% na República Tcheca e a 4,2% na Bélgica. Isso, enquanto a taxa de desemprego nos países é, respectivamente, de 3% e 6,2%. Em todo o grupo, a média de desemprego é de 6,9%.
Recentemente, François Villeroy de Galhau, governador do Banco Central da França, chamou a situação de “o maior freio” da economia e destacou que “não há reformas mais urgentes e necessárias do que aquelas que aumentam a força de trabalho disponível”.
Carlo Cauti, professor de Relações Internacionais do Ibmec-SP, credita a falta de mão de obra, com destaque para setores mais pesados, aos benefícios sociais distribuídos pelos países europeus, principalmente os nórdicos, que possuem um histórico político ligado à social-democracia. Aliado a isso, segundo ele, estariam os novos hábitos dos europeus no pós-pandemia.
“Muitos trabalhadores, especialmente nos países europeus onde há uma renda básica universal ou um subsídio público muito elevado, mesmo se você não trabalha, você ganha dinheiro do governo. Depois da pandemia, surgiu também a recusa dos europeus a fazer trabalhos, mesmo que não sejam os mais pesados, porque começaram a pretender o home office e ficar mais tempo com a família”, diz.
No início de setembro, o governo da Dinamarca apresentou uma proposta que pretende alterar os benefícios sociais no país, criando contrapropostas que incentivam a entrada no mercado de trabalho de jovens e imigrantes –o país registra uma taxa de vacância de 3,1% e, em agosto, registrou um desemprego de 4,4%.
Segundo o plano apresentado, imigrantes terão que trabalhar, ao menos, 37 horas por semana para ter acesso aos programas sociais.
A proposta, segundo o governo, é voltada para 20 mil “mulheres não ocidentais" que receberam benefícios sociais durante 3 dos últimos 4 anos e não foram aprovadas em exames que atestam a proficiência em dinamarquês. As estatísticas do Executivo indicam que 60% desse grupo não trabalha, enquanto, entre as dinamarquesas, o dado é de 3 em cada 10.
No plano, há também redução nos pagamentos mensais para desempregados. Para alunos recém-graduados, a remuneração mensal, caso o projeto seja aprovado no Parlamento, cairá de 13.815 coroas (R$ 11.672) para 9.500 coroas (R$ 8.026). Já para desempregados com mais de 30 anos, a remuneração será de 12 mil coroas (R$ 10.138),
Além disso, o tempo máximo em que os beneficiários receberão a quantia mudará de dois anos para um. As mudanças não se aplicam a pessoas com filhos, que continuarão recebendo cerca de 16 mil coroas (R$ 13.518).
A exceção no plano dinamarquês pode estar ligada ao problema demográfico que a Europa se defronta há anos. Com a população cada vez mais velha e com adultos tendo menos filhos, o mercado de trabalho formado apenas por europeus tende a diminuir ao longo das gerações.
De acordo com o Banco Mundial, em 2020, a população da UE com mais de 65 anos representava quase 21% do total; 20 anos antes, eram 15% (e a curva não para de subir) –no Brasil, são 10,53%. No mesmo período de tempo, a população entre 15 e 64 anos caiu três pontos percentuais, de 67% para 64%.
“Hoje em dia, não se criou uma forma de aumentar a produtividade [da economia] com as pessoas mais velhas. Então, você precisa de mais gente para poder sustentar os benefícios dessas pessoas”, destaca Flávio Cireno, professor do Mestrado de Avaliação e Monitoramento da ENAP (Escola Nacional de Administração Pública).
Para ele, a solução para o problema demográfico europeu passa pela imigração. “Você abre a fronteira e traz gente jovem para dentro do país. Só que isso é um problema político forte dentro da Europa, as pessoas não querem se ‘deseuropeizar’. Esse é o discurso de todos os partidos de extrema-direita que estão ganhando espaço por lá”, destaca.
Enquanto a sociedade europeia limita a entrada de imigrantes de outros continentes, a solução, segundo Tina Weber, é aprimorar o sistema de troca de trabalhadores entre os próprios países do grupo. “Isso tudo realmente depende do sistema de imigração de cada país e os governos tentam adaptar isso às áreas de escassez e dar mais pontos (semelhante a um sistema de cotas) às ocupações que estão passando por escassez de mão de obra, mas essa tomada de decisão é um processo que leva tempo, diz.
Outro fator que contribui para a imobilização do mercado de trabalho europeu é o que os especialistas chamam de “mismatch” (incompatibilidade) entre os empregadores e os candidatos às vagas. Na prática, empresas europeias têm tido dificuldades para encontrar pessoas com as qualidades necessárias para determinados empregos; entre esses, os ligados à tecnologia da informação.
O programador pernambucano Tiago Bastos decidiu se mudar com a esposa para Portugal em 2017, dois anos depois de ter se formado na UFPE. Assim que chegou ao país, ele diz ter ficado menos de uma semana sem emprego. Hoje, diz receber em euro a mesma cifra que recebia em real.
Os programadores brasileiros, pelo que eu vejo, ainda são muito superiores à maioria dos portugueses, principalmente porque os melhores de Portugal estão saindo de lá e indo para a Suíça, Alemanha e Inglaterra [esta antes do brexit]”, diz. Com a falta de profissionais de alto nível, Portugal tem oferecido incentivos para trabalhadores estrangeiros. No caso de Tiago, durante dez anos, o governo limita um teto de 20% no imposto sobre a renda —sem o benefício, seriam 29,9%.
Incentivos semelhantes já são vistos em outros países europeus e, com o pacote trilionário aprovado pela UE para recuperar a economia no pós-Covid, a tendência é de que os programas aumentem ainda mais, com o aumento de vagas de empregos motivadas pelo turbo econômico.
Para Tina Weber, pesquisadora da Eurofound, os setores que mais exigirão mão de obra são os relacionados ao mercado sustentável, entre eles o de tecnologia. “O plano se concentra na transição verde e exigirá habilidades que são relativamente novas, portanto será necessário muito esforço em treinamento e reciclagem para fornecer às pessoas as habilidades certas, principalmente na área de tecnologia.”
Além disso, segundo Flávio Cireno, o plano também deve agravar ainda mais a escassez de mão de obra no setor de serviços e a solução, mais uma vez, passaria pela imigração: “Ou você sobe o salário, trazendo gente superqualificada que passa pela malha da imigração, para ocupar serviços que exigem menor qualificação, ou você abre a imigração em geral e gera uma potencial divisão da sociedade” (Folha de S.Paulo, 6/10/21)
O Ibovespa fechou hoje (5) em leve alta de 0,06%, a 110.457 pontos, impulsionado pelos avanços das bolsas internacionais e pelas ações da Petrobras, que têm peso significativo na carteira teórica do índice. Os papéis PETR4 e PETR3 subiram 2,19% e 1,67%, respectivamente, acompanhando o aumento dos preços do petróleo.
“Vemos uma cautela muito grande em relação ao Brasil. O comportamento de hoje mostra isso. As bolsas lá fora têm forte recuperação após as quedas de ontem, enquanto o Ibovespa opera de lado”, diz Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group, explicando por que o principal índice brasileiro não acompanhou o ritmo dos estrangeiros.
Para Miraglia, a inflação persistente, a indefinição acerca de questões fiscais (como o pagamento dos precatórios e a reforma do imposto de renda) e a proximidade das eleições são alguns dos motivos para esse sentimento.
Entre os destaques positivos do Ibovespa estão os papéis de bancos tradicionais, com Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) compondo o ranking das maiores valorizações do dia após subirem 4,76% e 2,86%, respectivamente.
Em Wall Street, os índices fecharam no azul. O Dow Jones avançou 0,92%, a 34.314 pontos; o S&P 500 teve alta de 1,05%, a 4.345 pontos; e o Nasdaq registrou aumento de 1,25% a 14.433 pontos.
Dados sobre o setor de serviços dos Estados Unidos surpreenderam nesta terça-feira. O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou que o índice de atividade não-manufatureira subiu para 61,9 em setembro, ante 61,7 em agosto. Uma leitura acima de 50 indica crescimento. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice cairia para 60.
Apple, Microsoft, Amazon e Alphabet, as empresas mais valiosas de Wall Street, subiram mais de 1% cada, após um forte movimento de venda no dia anterior. O Facebook Inc (FB) se recuperou e avançou 2,1%, um dia depois de sofrer forte baixa e enfrentar falhas no funcionamento na rede social e nos aplicativos Instagram e WhatsApp.
O dólar voltou a fechar em alta e chegou à máxima dos últimos cinco meses nesta terça-feira, após uma arrancada nos minutos finais dos negócios no mercado à vista empurrar a moeda para R$ 5,4840, um avanço de 0,72%. O nervosismo acerca dos planos federais de ampliar as despesas públicas somado à valorização da divisa norte-americana no exterior levou o real a uma das maiores cotações deste ano (Reuters, 5/10/21)