Notícias do setor
26/10/2021
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Leilão de Capacidade termina com preço médio de R$ 1.563,61/ MWh e deságio de 1,2%

Certame transacionou 24.967.571,400 MWh e R$ 5 bilhões em investimentos

PEDRO AURÉLIO TEIXEIRA, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO

Após 52 minutos, o leilão de contratação de reserva, realizado nesta segunda-feira, 25 de outubro, transacionou R$ 39 bilhões, com 24.967.571,400 MWh negociados e preço médio de R$ 1.563,61/ MWh. O deságio registrado é de 1,2%. Os investimentos devem girar em R$ 5.260.927.860,00. No produto quantidade, o preço médio de venda ficou em R$ 343,22/ MWh, com um total transacionado de 714.462,600 MWh e negociação de R$ 245,2 milhões. Já no produto disponibilidade, o preço médio alcançado chegou a R$ 1.599,57/ MWh, com 24.523.108,800 MWh transacionados e R$ 38,79 bilhões negociados. A Receita Fixa geral é de R$ 11.713.637.434,85 por ano. O preço marginal ficou em R$ 1.602, 01/ MWh e a potência injetada é de 1.269,63 MW. O leilão contratou 7.758 de 0,1 MW med.

Foram 17 empreendimentos vencedores. No produto quantidade, o certame negociou a energia das usinas solares Buritis e Machadinho, ambas em Rondônia, além da térmica movida a cavaco de madeira Fênix, no Mato Grosso. Já na disponibilidade, foram apenas térmicas movidas a gás natural nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo. Veja a relação dos Vendedores.

Lucro da Neoenergia sobe e fica em R$ 1,3 bilhão no terceiro trimestre

Ebitda teve aumento de 62% no período, fcndo em R$ 2,9 bilhões

PEDRO AURÉLIO TEIXEIRA, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO

A Neoenergia terminou o terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 1,3 bilhão. O resultado é 57% superior ao registrado no mesmo período de 2020. As despesas operacionais de R$ 843 milhões no trimestre sinalizam aumento de R$ 11%. O Ebitda de R$ 2,9 bilhões mostra um aumento de 62% em relação ao do terceiro trimestre do ano passado. As despesas operacionais subiram 11%, chegando a R$ 843 milhões. O grupo agora tem 372 mil clientes a mais no trimestre, chegando a 15,7 milhões.

Nas distribuidoras, a Coelba (BA) teve lucro de R$ 481 milhões, 60% a mais que no terceiro trimestre de 2020. Na Neoenergia Pernambuco, o lucro recuou 7%, indo para R$ 96 milhões. Na Cosern (RN), os R$ 36 milhões registrados equivalem a um aumento no lucro de 49% no trimestre. A Elektro (SP) teve lucro de R$ 185 milhões no período, subindo 5%. O lucro líquido da Neoenergia Brasília (DF) ficou em R$ 24 milhões.

Em nove meses, o lucro líquido é de R$ 3,3 bilhões. O capex registrou aumento de 51%, indo para R$ 6,4 bilhões, em virtude do avanço dos projetos de transmissão e eólicas. Já o Ebitda até setembro chegou a R$ 7,4 bilhões. De acordo com o presidente do Grupo Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle, os resultados reforçam o caminho planejados para 2021, com foco em performance e eficiência, qualidade do serviço e a realização de investimentos rentáveis. Segundo o executivo, o avanço da vacinação está permitindo a retomada aos escritórios, voltando às atividades presenciais de forma gradual.

Casas desoladas: famílias lutam para pagar as crescentes contas de energia da França

Reuters

PARIS, 26 de outubro (Reuters) - Jacques Kadio já cortou sua conta do supermercado, reabastece menos seu carro e desliga o aquecimento quando seus filhos estão na escola, mas ainda assim o custo crescente da eletricidade está pressionando seu orçamento doméstico a ponto de acabar quebrado.

O pai de cinco filhos, que está desempregado desde que largou o emprego como segurança há um mês depois de se formar novamente como técnico de TI, agora enfrenta contas de luz mensais quase três vezes mais altas do que antes da pandemia de COVID-19, diz uma assistente social que o ajuda a gerenciar a papelada.

"Não podemos continuar fazendo isso", disse Kadio. "Estamos fazendo o que podemos para lidar com essas contas, mas conforme elas aumentam, está se tornando catastrófico."Os preços da energia no atacado na Europa subiram devido em parte aos baixos estoques de gás e um salto na demanda pós-bloqueio, levando os governos a tentar proteger as empresas e os consumidores de um inverno rigoroso.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou na quinta-feira passada que as famílias de baixa renda receberiam 100 euros (US $ 116) do governo para ajudar a mitigar os custos crescentes, depois de já estender uma concessão de energia a mais famílias.Leslie Lemee, uma assistente social da SOLIHA - a rede habitacional que ajuda os Kadios com suas contas - disse que a família recebeu um subsídio do governo, embora isso cubra apenas uma fração dos custos.

Um em cada quatro franceses disse que está lutando este ano para pagar suas contas de gás ou eletricidade, de acordo com uma pesquisa do mediador nacional de energia do país, contra menos de um quinto em 2020.A pesquisa constatou que 20% das famílias suportaram uma casa fria por pelo menos 24 horas, contra apenas 14% no ano passado.

"Na França, as pessoas estão sendo muito, muito cuidadosas com o aquecimento", disse Frederique Feriaud, diretor do mediador nacional.Ela acrescentou que muitas pessoas viviam em casas mal isoladas, aumentando os custos de aquecimento, mesmo quando seus quartos permaneciam frios.

A assistente social dos Kadios disse que sua situação foi agravada por fatores como isolamento insatisfatório e mais tempo gasto em casa devido a bloqueios, trabalho remoto e perda de empregos."Não sei mais o que fazer", disse Kadio. "Hoje estou um pouco sobrecarregado."

Cenário fiscal leva a corte nas projeções do PIB

Estimativas para 2022 sugerem recessão técnica e parte dos economistas acredita em queda do indicador

Por Victor Rezende, Rafael Vazquez, Felipe Frisch e Marta Watanabe — De São Paulo

Após uma semana em que a percepção de ruptura do regime fiscal se propagou, uma nova onda de revisões para o Produto Interno Bruto (PIB) joga as estimativas para a economia de 2022 para a estagnação, com crescimento próximo de zero. Algumas das novas projeções apontam até retração no ano ou embutem uma recessão técnica, caracterizada quando há dois trimestres consecutivos com queda de PIB. O panorama de alguns economistas para o ano que vem inclui um possível quadro de estagflação, um cenário que combina recessão e inflação.

 

Ibovespa sobe 2,28% e dólar cai 1,27%, para R$ 5,5566

O Ibovespa fechou em alta de 2,28%, a 108.714 pontos, puxado por um movimento de compra após as fortes quedas da semana passada e pela valorização dos papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4), que cresceram 6,13% e 6,84%. As ações da petrolífera já subiam neste pregão por causa do anúncio de um reajuste dos preços dos combustíveis e ganharam força depois de o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmar que o Planalto estuda vender uma fatia de sua participação na companhia.

O dólar, por outro lado, teve queda de 1,27%, a R$ 5,5566 na venda, depois dos fortes ganhos registrados na semana passada. Contribuíram para a trégua no câmbio os acenos recentes do governo ao mercado financeiro e a aproximação da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), programada para amanhã (26) e quarta-feira (27), na qual a autoridade deve elevar novamente a taxa Selic.

Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, afirma que o mercado trabalha com uma alta de 1,25 ou 1,50 pontos percentuais.

A temporada de balanços do terceiro trimestre de 2021, iniciada na sexta-feira (22) com a divulgação dos resultados da farmacêutica Hypera (HYPE3), deve mexer com os mercados. Costa prevê que os resultados das companhias brasileiras seguirão a tendência vista nos EUA de superar as estimativas dos investidores. Amanhã, Banco Inter (BIDI11), Klabin (KLBN4) e Localiza (RENT3) publicam seus números.

Em Wall Street, os principais índices registraram altas, também impulsionados por companhias que se destacaram durante a sessão.

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As ações da Tesla dispararam 12,66%, a US$ 1.024,86, depois que a Hertz anunciou que fez a maior encomenda de veículos elétricos de todos os tempos. A fabricante superou a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado e puxou para cima o Dow Jones e o S&P 500, que fecharam em alta de 0,18% e 0,47%, a 35.741 e 4.566 pontos, respectivamente.

O Nasdaq, por sua vez, contou com as ações do PayPal (PYPL), que subiram 2,70%, para fechar no azul. A companhia anunciou que desistiu de adquirir a rede social Pinterest, uma operação que poderia movimentar até US$ 45 bilhões. O índice avançou 0,90% e fechou em 15.226 pontos (Reuters, 25/10/21)

‘Estamos indo pro vinagre e baixa renda é quem vai sofrer mais’

: 'A verdade é que não há uma agenda liberal, há um despreparo', diz Salto sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto AFP

"Estamos indo para o vinagre" é a expressão usada pelo economista Felipe Salto, diretor-executivo da IFI, a Instituição Fiscal Independente do Senado Federal, para avaliar o atual momento da economia do país.

A IFI tem como função ajudar os parlamentares a monitorar o Orçamento do governo. É um tipo de instituição que existe em vários países do mundo. Nas nações de língua inglesa, são chamadas de "cães de guarda" das contas públicas.

Numa semana em que o dólar bateu nos R$ 5,70, quatro secretários do alto escalão do Ministério da Economia pediram demissão, e o governo confirmou a intenção de desrespeitar o teto de gastos em mais de R$ 80 bilhões, o pessimismo não é de se estranhar.

Para Salto, o problema não é o governo querer gastar mais na área social — o que é necessário no atual momento de saída da pandemia e, segundo ele, poderia ser feito perfeitamente dentro dos atuais limites fiscais.

O problema é que o rombo bilionário que está sendo aberto no teto de gastos — que a IFI estima em R$ 94,4 bilhões, acima dos R$ 83,6 bilhões previstos pela equipe econômica — é muito maior do que a despesa planejada para as transferências do novo Auxílio Brasil, que deve substituir o Bolsa Família.

"É um espaço que é para atender o Centrão, para atender a base, para abrir o Orçamento para emendas", avalia Salto. "Isso está diretamente associado ao momento que estamos vivendo, de pré-eleições. Ano que vem tem eleições gerais e isso está perpassando todas as decisões."

Mudando a regra com o jogo andando

Para abrir esse espaço no Orçamento, o governo planeja adiar o pagamento de precatórios, dívidas da União com pessoas, empresas, Estados e municípios que a Justiça já determinou o pagamento em decisões definitivas.

Além disso, a gestão Jair Bolsonaro, em acordo com o Congresso, quer mudar a regra do teto, passando a reajustá-lo pela inflação acumulada de janeiro a dezembro do ano anterior, e não mais em 12 meses até junho, como feito atualmente. O recálculo vai ser feito desde 2016, ano de aprovação da lei do teto de gastos.

"O problema não é o gasto", diz o diretor-executivo da IFI. "O Estado tem que gastar para poder realizar suas políticas públicas de educação, saúde e também sociais, além de gastar para resolver problemas como o atual, que é o enfrentamento dessa crise pandêmica ainda presente no Brasil e suas consequências sociais e econômicas."

"O problema é mudar as regras do jogo para favorecer conjunturalmente estratégias de expansão fiscal", avalia. "Mudar, de maneira oportunista como está acontecendo agora, é que preocupa."

Para Salto, o problema da forma como tudo está sendo feito é que quem sairá prejudicado pela instabilidade causada por essa decisão são as mesmas pessoas que o governo pretende ajudar ampliando o valor da transferência de renda para R$ 400 até dezembro de 2022.

"Os agentes econômicos — o mercado, como nós chamamos — já precificam esses riscos, os juros estão aumentando e o resultado vai ser provavelmente um crescimento econômico menor lá no ano que vem", prevê, acrescentando que isso prejudica a geração de empregos.

O aumento do risco e a alta do juros afugentam os investimentos produtivos, explica Salto. E o dólar pressionado torna a inflação mais resistente a cair, já que a moeda americana pesa nos custos de tudo que é importado, como diversos componentes dos nossos bens industriais.

"Infelizmente vai ser um quadro muito difícil para aqueles que têm renda mais baixa e dependem do salário para sua sobrevivência. E mesmo para aqueles que estão dependendo do auxílio do governo", conclui.

Guedes, de ultraliberal a 'fura-teto'

Questionado sobre como avalia a trajetória de Paulo Guedes, ministro que assumiu prometendo implementar uma agenda ultraliberal de redução do Estado e agora quer furar o teto de gastos em bilhões para aumentar a despesa do governo num ano eleitoral, o diretor da IFI é taxativo.

"A verdade é que não há uma agenda liberal, há um despreparo, uma inépcia do atual governo que redunda nisso que estamos vendo nos últimos dias. Nesse desmonte das regras fiscais", avalia o especialista em contas públicas.

A IFI estima que seria possível elevar o Bolsa Família sem ferir as regras. Cortando despesas não obrigatórias e pagando integralmente os precatórios, a instituição calcula que seria possível elevar o programa de transferência de renda do valor atual médio de R$ 190, para 14,7 milhões de beneficiários, para R$ 250 e 16,3 milhões de beneficiários.

Para elevar adicionalmente esse valor, existe uma outra carta na manga, diz Salto.

Um total de cerca de R$ 16 bilhões em precatórios do antigo Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental), atual Fundeb, que poderiam ser pagos legalmente fora do teto, abrindo espaço equivalente para a despesa na área social dentro do Orçamento.

"Só que não sobraria dinheiro para fazer emendas de relator geral, outros gastos pulverizados. E é isso, na verdade, que está motivando toda essa mudança que o ministro da Economia está bancando", afirma.

"Ou seja, ele está abrindo mão da responsabilidade fiscal, claramente. Ele quer sinalizar o contrário, dizendo que as regras estão sendo cumpridas, mas ninguém compra essa tese", afirma. "A saída dessas pessoas da equipe econômica, que são quadros técnicos, é apenas a evidência mais nítida de que o governo está num caminho muito errado."

Na quinta-feira (21/01), pediram demissão Bruno Funchal e Gildenora Dantas, secretário especial e secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, respectivamente. E Jeferson Bittencourt e Rafael Araújo, secretário e secretário-adjunto do Tesouro Nacional.

'Indo para o vinagre'

A perda de credibilidade da equipe econômica é parte do motivo pelo qual Salto acredita que "vamos direto para o vinagre, sem direito a paradas", como lamentou esta semana em uma rede social.

"É uma frase que pode parecer exagerada, mas não é. Porque, veja, a economia depende sobretudo da credibilidade dos gestores da política econômica. Esse é o passo zero", afirma.

Para crescer, é preciso mais do que isso, diz ele. "Precisa aumentar a produtividade, os acordos comerciais para exportar mais. Aproveitar a vantagem comparativa que o Brasil sempre teve na área ambiental. E nós estamos indo para a direção simetricamente oposta."

Ele cita o atual desprezo do governo pela preservação da Amazônia e o tempo perdido com uma política externa que classifica como "mequetrefe". Na infraestrutura, destaca que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) perdeu todo seu papel, embora o país ainda necessite de instrumentos e políticas de desenvolvimento.

"Nós estamos sem planejamento, o Orçamento está no piloto automático", afirma. "Quando eu digo que poderia ser diferente, é nesse sentido. Nós poderíamos estar com o câmbio mais apreciado, a inflação mais controlada e o crescimento já numa recuperação melhor, se as políticas adequadas estivessem sendo tomadas."

"Então, a minha preocupação central, quando eu digo que 'estamos indo direto pro vinagre' é essa. Estruturalmente já estávamos indo e agora, com essa lambança na área fiscal e orçamentária, a aceleração nessa direção vai ser ainda maior" (BBC Brasil, 23/10/21)

 

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